Timor-Leste vai lançar concurso para construção de base de fornecimento do Suai



O ministro do Petróleo e Recursos Minerais, Francisco Monteiro, disse hoje que será lançado ainda em março um concurso internacional para construir as infraestruturas do projeto do complexo petrolífero na costa sul de Timor-Leste.

O projeto denominado Tasi Mane prevê a construção de infraestruturas para desenvolver a indústria petrolífera do país.

“Na próxima semana, ou na seguinte, será lançado um concurso internacional para procurar empresas para a construção”, disse o ministro, no final da apresentação de um relatório da Iniciativa para a Transparência nas Indústrias Extrativas.

O Conselho de Ministros aprovou em 07 de março a realização de uma despesa no valor de 40,5 milhões de dólares (37,2 milhões de euros) para a implementação do projeto Tasi Mane.

Segundo o ministro, aquele montante vai ser alocado para dois grandes projetos, nomeadamente a base de fornecimento do Suai e a autoestrada entre Zumalai e Natarbora, que será feita em três fases.

“A primeira vai de Zumalai até Betano, a segunda de Betano até Wedaberek e a terceira de Wedaberek até Natarbora”, explicou Francisco Monteiro.

A autoestrada e a base de fornecimento do Suai serão essenciais para a extração de hidrocarbonetos do Greater Sunrise para Natarbora, na costa sul do país.

Questionado sobre o processo do Greater Sunrise, Francisco Monteiro disse estar confiante, lembrando que desde 2007 a política das autoridades timorenses é defender que aquele campo de gás seja explorado através de um gasoduto para Timor-Leste.

Localizado a 150 quilómetros de Timor-Leste e a 450 quilómetros de Darwin, no norte da Austrália, o projeto Greater Sunrise tem estado envolto num impasse, com Díli a defender a construção de um gasoduto para o sul do país e a Woodside, segunda maior parceira do consórcio, a inclinar-se para uma ligação a uma unidade já existente em Darwin.

O consórcio é constituído pela petrolífera estataç timorense Timor Gap (56,56%), a operadora australiana Woodside Energy (33,44%) e a japonesa Osaka Gas (10,00%).

O acordo de fronteira marítima permanente entre Timor-Leste e a Austrália determina que o Greater Sunrise, um recurso partilhado, terá de ser dividido, com 70% das receitas para Timor-Leste no caso de um gasoduto para o país, ou 80% se o processamento for em Darwin.

A ligação do gasoduto ao sul de Timor-Leste é considerada, pelas autoridades timorenses, como estratégica para o crescimento económico do país.

O impasse levou a ‘joint venture’ a solicitar um estudo conceptual elaborado pela empresa britânica Wood, que confirmou a viabilidade do desenvolvimento do Greater Sunrise em Timor-Leste.

A empresa britânica estudou quatro opções principais, nomeadamente o desenvolvimento do Greater Sunrise para Timor-Leste, para Darwin, no campo de gás Ichthys, também na Austrália e operado pela japonesa INPEX, e uma nova instalação de Gás Natural Liquefeito também na Austrália.

“A opção Gás Natural Liquefeito de Timor-Leste destaca-se por prever menores custos operacionais e, ao permitir melhores retornos gerais direitos e indiretos para Timor-Leste, criará um grande impacto socioeconómico no país”, refere o Governo timorense.

O executivo salienta também que o Greater Sunrise em Timor-Leste, segundo o estudo, poderá ter um “maior impacto positivo no Produto Interno Bruto e na criação de empregos, sendo igualmente a que apresenta os maiores retornos para o consórcio de desenvolvimento” daquele campo de gás.





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