Transição energética vai gerar eletricidade mais barata em Cabo Verde



Os anúncios de transição energética feitos pelo Governo cabo-verdiano vão traduzir-se numa redução do custo de eletricidade, nos próximos anos, com reflexo na fatura ao consumidor, disse ontem à Lusa o ministro da Energia.

“No plano em que temos estado a trabalhar, há, claramente, uma tendência de redução” do custo, referiu Alexandre Monteiro, na Praia, à margem da adjudicação de iluminação pública mais eficiente para todo o arquipélago.

“O nosso objetivo é trabalhar para reduzir o custo, quer na produção, quer na distribuição, quer a nível do consumo. (…) É a combinação destes três fatores que faz reduzir a fatura energética e tudo o que estamos a fazer é para reduzir o custo, que irá ter impacto na fatura”, disse.

Questionado pela Lusa, o governante remete os valores dessa redução para contratos por fechar e análises em curso.

Há contratações “a fechar ainda este ano” para “aumentar a capacidade de produção e de armazenagem de energia: os projetos que estão a ser finalizados agora vão suportar Cabo Verde, em 2030,” a ter 50% ou mais de eletricidade de fontes renováveis.

Esses dados vão servir para “ter, efetivamente, uma previsão menos académica e mais realista de quais vão ser os impactos” no custo da energia.

“A tendência é de redução e a quantificação é o que vamos fazer com base nos dados concretos dos investimentos que vão agora ser avançados”, indicou o governante.

Em junho, o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, disse que “a capacidade total de produção contratada, em 2024 e 2025, é de 53,3 megawatts, o que coloca o país a atingir 35% de penetração renovável em 2026”.

Os números estão “em linha com a meta de se atingir 50%, ou mais, em 2030”, acrescentou.

Alexandre Monteiro apontou à Lusa a dependência de aspetos tecnológicos, por exemplo, ao nível das “soluções de armazenagem de energia”.

“Temos soluções renováveis, mas altamente intermitentes. Precisamos de baterias que estão ainda num processo de custo tecnológico” por estabilizar, a nível global – a tendência é de “melhores preços futuros, mas o custo ainda é elevado”, indicou.

Seja como for, a transição em curso terá “um impacto evidente” no custo da energia.

“Estamos a reduzir a exposição do país a flutuações dos preços internacionais [de combustíveis] e a depender mais de recursos endógenos e renováveis, que em Cabo Verde são uma solução competitiva”, a par de uma aposta em “eficiência energética” do lado do consumo, concluiu.






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