Transportes Urbanos de Leiria apenas com autocarros elétricos a partir do final do ano

O Mobilis – Transportes Urbanos de Leiria vai ser operado exclusivamente com autocarros elétricos a partir do final do ano, disse à agência Lusa Paulo Carvalho, administrador da Rodoviária do Tejo, empresa concessionária do serviço.
Segundo Paulo Carvalho, o Mobilis tem atualmente em operação dois autocarros elétricos e 11 a diesel, sendo que em agosto serão seis elétricos e sete a diesel.
No final do ano, passam a ser 19 os autocarros elétricos para o Mobilis, na sequência de um investimento de aproximadamente 7,6 milhões de euros, apoiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), para a compra de autocarros.
Paulo Carvalho explicou que, “após esta aquisição, todo o transporte urbano Mobilis será operado através de viaturas elétricas”, com a mesma dimensão, autocarros de 12 metros de comprimento e capacidade próxima de 80 passageiros (sentados e em pé, e com lugar para pessoas com mobilidade condicionada).
“É uma aposta muito importante a vários níveis”, salientou este responsável, referindo os ganhos ao nível “ambiental, qualidade do serviço, aproximação ao cliente e fiabilidade”.
Paralelamente, a empresa vai investir numa “nova zona de manutenção, limpeza de ‘bus’ e carregadores elétricos para as viaturas”, na Zona Industrial da Cova das Faias, que se encontra em fase de projeto.
Só a vertente do posto de carregamento para os veículos é um investimento de cerca de 850 mil euros, também apoiado pelo PRR, esclareceu.
Em julho de 2024, o Município de Leiria adjudicou o serviço público de transporte rodoviário de passageiros na cidade (Mobilis) à empresa Rodoviária do Tejo, num investimento de 16 milhões de euros, num contrato com a duração de oito anos.
O vereador da Câmara de Leiria Luís Lopes, que tem, entre outros, o pelouro da mobilidade, afirmou que, apesar de a frota de autocarros do Mobilis passar a ser toda elétrica, o serviço terá “sempre uma redundância em veículos a diesel”, para colmatar eventuais “avarias, falhas, problemas de abastecimento de corrente elétrica”, necessidade de manutenção ou acidentes.
Luís Lopes adiantou que o Mobilis vai passar a ter uma décima linha, mas a sua entrada em funcionamento vai ocorrer apenas após a conclusão do Terminal Intermodal de Leiria, que está em construção.
Esta décima linha, numa fase inicial gratuita, vai ligar o novo terminal a todos os parques de estacionamento periféricos gratuitos (estádio, Olhalvas, Avenida Papa Francisco, entre outros) e o interior da cidade.
“É uma forma de garantirmos uma ligação permanente durante o horário normal de trabalho”, defendeu, observando tratar-se de uma “circular à área urbana”.
Luís Lopes afirmou que a expectativa é a de que, “no final de 2025, início de 2026, esta linha 10 também entre em operação” associada à entrada em funcionamento do terminal.
Em relação às outras nove linhas, está previsto também o reforço, a partir de setembro, quando inicia o ano letivo, das linhas 1 (Estação), 2 (Hospital) e 9 (uMOB – Politécnico de Leiria), aquelas que “têm maior procura”.
“O que iremos fazer é, nalguns casos, rever alguns arruamentos ou urbanizações que não estavam previstos e que agora passam a ter mais cobertura, e vamos duplicar o número de autocarros que circulam nestas linhas nos horários de ponta [manhã e final do dia]”, adiantou o autarca.
Luís Lopes justificou com o facto de, em alguns horários, os autocarros não serem suficientes.
“Por um lado, ficamos satisfeitos porque há um aumento de procura e temos mais pessoas a utilizar o transporte público, por outro, temos de garantir que há efetivamente uma oferta disponível para quem quer andar de autocarro”, adiantou, realçando a importância do transporte público para a sustentabilidade ambiental e na poupança económica para as famílias.