UNESCO destaca dois novos sítios africanos no Património Mundial



Duas paisagens culturais dos Camarões e do Malaui foram inscritas na lista do Património Mundial da UNESCO, anunciou hoje a organização, que considera África uma das suas prioridades.

A paisagem de Diy-Gid-Biy, nas montanhas de Mandara, no norte dos Camarões, é constituída por sítios arqueológicos que se desenvolveram entre os séculos XII e XVII, rodeados por terraços agrícolas e locais de culto.

A cadeia montanhosa dominada pelo Monte Mulanje, no sul do Malaui, é considerada um local sagrado habitado por deuses, espíritos e antepassados.

Entre as cerca de 30 candidaturas examinadas este ano, duas outras provêm de países africanos até agora ausentes da lista do Património Mundial: a Reserva da Biosfera do Arquipélago dos Bijagós (Guiné-Bissau) e as florestas de Gola Tiwai (Serra Leoa), que albergam espécies ameaçadas, como os elefantes da floresta.

Durante os seus dois mandatos à frente da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO, na sigla em inglês), a diretora-geral Audrey Azoulay frequentemente apresentou a África como uma prioridade, apesar do continente continuar a estar sub-representado nas classificações.

O continente representa 9% dos sítios do Património Mundial, mas abriga quase um quarto dos que são declarados em risco, devido, nomeadamente, a conflitos, ao aquecimento global e à exploração dos recursos naturais.

Entre as propostas em análise pelo Comité, encontram-se ainda candidaturas de Moçambique e de Portugal.

O Parque Nacional de Maputo é um dos cinco locais indicados com “excecional potencial” para o estatuto de Património Mundial, decisão que será tomada pela UNESCO até o dia 13, conforme indica a programação do evento.

Bissau candidata à lista de Património da Humanidade o arquipélago dos Bijagós, depois de em 2013 já ter sido analisada uma proposta de classificação, que acabou adiada para que fosse possível reforçar a proteção legal daquela paisagem natural.

De Portugal, vai ser analisada a candidatura de um conjunto de obras projetadas pelo arquiteto Álvaro Siza Vieira, que surge na documentação preparatória da reunião com a recomendação de revisão para decisão posterior.

A 47.ª reunião do Comité do Património Mundial decorre até 16 de julho, na sede da UNESCO em Paris, França.

A Convenção do Património Mundial, Cultural e Natural foi adotada pela UNESCO em 1972 e tem por objetivo “proteger os bens patrimoniais dotados de um valor universal excecional”, como se lê na página da Comissão Nacional da UNESCO.






Notícias relacionadas



Comentários
Loading...