Vénus, a mais recente tartaruga marinha reabilitada no Porto d’Abrigo do Zoomarine regressou hoje ao mar

O Porto d’Abrigo do Zoomarine devolveu hoje ao mar mais um exemplar da espécie caretta caretta (tartaruga-comum), após vários meses de reabilitação. A operação foi realizada em alto mar, a 12 milhas náuticas da costa, onde chegou a bordo do NRP Cassiopeia da Marinha Portuguesa, que partiu do Ponto de Apoio Naval de Portimão sob o comando do 1.º Tenente Gonçalves Dias. O apoio da Marinha foi, uma vez mais, essencial para o sucesso desta devolução, foi divulgado em comunicado.
Segundo a mesma fonte, batizada de Vénus – em homenagem à deusa do amor e da beleza –, a tartaruga foi encontrada a flutuar, debilitada, ao largo do Cabo de Sines, no dia no passado dia 27 de dezembro, por um pescador que prontamente alertou a equipa do ARROJAL (Rede de Arrojamentos do Alentejo). Esta, por sua vez, garantiu o seu transporte para o Porto d’Abrigo do Zoomarine, onde foi acolhida e assistida por uma equipa de veterinários.
À chegada, Vénus apresentava alterações a nível sanguíneo e pulmonar. Após um período de tratamento e recuperação, a tartaruga estava já em condições de regressar ao seu habitat natural. Foi devolvida esta quarta-feira, 14 de maio, com microchip e anilhas nas barbatanas anteriores, permitindo a sua identificação futura caso venha a ser observada novamente.
“A Vénus chegou ao Porto d’Abrigo debilitada. Foi submetida a exames clínicos detalhados, e definido um plano de tratamento. A resposta foi positiva e gradual, o que nos permitiu prepará-la com segurança para este regresso ao mar. Cada devolução é um momento de grande significado para toda a equipa — é o culminar de um trabalho exigente e o reforço do nosso compromisso com a proteção da vida marinha”, relata Antonieta Nunes, enfermeira veterinária responsável do Porto d’Abrigo do Zoomarine.
A operação contou com a colaboração da Marinha Portuguesa, cujo apoio técnico e logístico é imprescindível ao sucesso destas ações de devolução. Estes esforços conjuntos permitem não só salvar animais em perigo, através da rápida identificação de situações de risco e da sua reabilitação imediata, como também contribuem significativamente para a conservação da biodiversidade marinha.
“A Marinha Portuguesa, através do Comando da Zona Marítima do Sul, prestou apoio ao Zoomarine na libertação de uma tartaruga marinha que se encontrava em recuperação no centro de reabilitação da instituição. Esta colaboração contou com o envolvimento direto de um navio da Marinha, que permitiu o transporte seguro do animal até ao seu habitat natural, garantindo as condições ideais para a sua reintrodução no meio marinho.
A ação reforça a parceria contínua entre a Marinha Portuguesa e o Zoomarine, unidas pelo objetivo comum de proteger a biodiversidade. Esta cooperação demonstra o compromisso de ambas as entidades na conservação das espécies marinhas e na promoção de um oceano mais saudável, através de ações concretas e coordenadas.
Para além do impacto ambiental positivo, esta iniciativa serve também como exemplo de sensibilização pública para a importância da preservação da vida marinha. O envolvimento da Marinha evidencia o se papel ativo na defesa do património natural, ao lado de parceiros civis dedicados à investigação e proteção da natureza”, refere o CZMS CMG Conceição Dias.
Esta devolução é mais uma expressão do trabalho contínuo de reabilitação e conservação levado a cabo pelo Porto d’Abrigo do Zoomarine, o primeiro centro em Portugal dedicado à recuperação de espécies marinhas, fundado em 2002, em parceria com o ICNF (Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas).
Com instalações avançadas e uma equipa dedicada, o Porto d’Abrigo tem conseguido reabilitar centenas de espécimes, reforçando o seu papel na preservação da vida marinha.