Vinci Energies em Portugal: um grande Grupo acelerador da Transição Energética e da Transformação Digital
A Vinci Energies tem atuado a nível global em áreas que são hoje desafios estruturais, como a digitalização da economia e transição para as energias renováveis.
Para saber mais sobre a sua visão e atuação em termos globais e especificamente em Portugal, falámos com André Parente, Executive Director da VINCI Facilities Portugal e Environment Sponsor Director da VINCI Energies Portugal.
Como encara o papel e a responsabilidade do Grupo nas tendências que marcam o futuro da sociedade?
Aquilo que fazemos agora é determinante para vivermos melhor já hoje e amanhã. A frase é repetida por muitos, mas nós vivemo-la com convicção: o futuro é agora! É assim que encaramos o nosso quotidiano no Grupo VINCI Energies, atuando em dois grandes polos de mudança: a transformação digital e a transição energética.
Estes são dois motores de transformações profundas e, em grande medida, inadiáveis, que se traduzem na criação de soluções inteligentes e responsáveis para as cidades onde vivemos e para as empresas onde trabalhamos, para a energia que consumimos, para os transportes que utilizamos e para os serviços e soluções que nos mantêm em contacto – físico ou remoto. Edifícios e cidades inteligentes, automação e inteligência artificial aplicada à indústria, infraestruturas de energia e transportes, tecnologias da informação e comunicação são todas áreas em que atuamos, seja em consultoria e engenharia, seja no desenvolvimento e execução, ou na manutenção e gestão de soluções e sistemas.
Por isso, estamos alinhados e conscientes de que somos parte da engrenagem de mudança e assumimos, dessa forma, um papel sério e responsável, na certeza de que estamos a dar o nosso melhor contributo para um conjunto de transformações indispensáveis a um futuro melhor e mais sustentável em sociedade.
Entre os projetos e competências que apoiam a transição para um modelo mais sustentável, o que destacaria no Grupo VINCI Energies?
Destacaria os nossos projetos e competências na área das energias renováveis, que suportam a transição para a chamada energia verde e, nomeadamente, a nossa vasta experiência – numa rede de 56 países – em parques eólicos e fotovoltaicos, bem como as nossas competências na participação em projetos de centrais de recursos naturais renováveis.
Estes projetos, a par do nosso trabalho na gestão sustentável da água para consumo humano e industrial e de outros projetos com impacto na otimização de consumos energéticos e biodiversidade, representam passos essenciais para alterar o paradigma energético em que vivemos desde a revolução industrial e, com isto, contribuir para a redução da dependência das energias não renováveis e diminuição das emissões de gases com efeito de estufa.
Na energia eólica, contamos atualmente, a nível internacional, com parques onshore e offshore, estes segundos mais eficientes, porque as velocidades mais intensas e constantes do vento permitem produzir energia elétrica em contínuo, além de que podemos ter turbinas com potências mais elevadas.
Na energia solar, temos vindo a desenvolver soluções específicas em edifícios industriais, grandes áreas comerciais ou parques de estacionamento, com instalação dos chamados telhados fotovoltaicos, sejam médias ou grande superfícies, mas também soluções de grande dimensão em parques eólicos e fotovoltaicos que se estendem por hectares. Em ambos os segmentos, as nossas unidades de negócio asseguram a engenharia e a integração de projetos chave-na-mão ou em regime EPC, que abrangem toda a cadeia de valor, desde as relações com os fabricantes de painéis às simulações e soluções de investimento.
Relativamente às centrais de biomassa, as nossas competências internacionais têm vindo a apoiar diferentes infraestruturas, com dezenas de contributos em centrais europeias, também elas com diferentes características e métodos de produção – energia térmica ou elétrica. Há casos de centrais de cogeração em que gerimos a produção de energia, outros em que somos também responsáveis pelas várias vertentes da engenharia, desde a construção e instalação à integração e programação dos diversos sistemas de gestão e operação, passando também pela formação aos operadores e equipas de campo. Em todos os casos, estamos a contribuir para o objetivo de um planeta mais sustentável e eficiente na utilização de recursos, o de bioeconomia circular, que se torna ainda mais relevante quando é sabido que parte destas centrais têm perfil para evoluir para biorefinarias e trazer à sociedade um inovador conjunto de materiais e produtos de base biológica e elevado valor acrescentado.
Qual é o posicionamento assumido pelo Grupo relativamente às alterações climáticas?
Neste tema, há já algum tempo que o Grupo assume duas grandes prioridades: a redução de emissões carbónicas resultado da nossa atividade e o suporte aos clientes na maximização dos seus desempenhos ambientais. Na primeira vertente, as metas que definimos entre 2009 e 2020, como por exemplo a redução da intensidade carbónica em 30%, foram atingidas e renovámos objetivos e medidas concretas alinhados com os objetivos definidos no Acordo de Paris, de limitar o aquecimento global a dois graus, e no Pacto Ecológico Europeu, de alcançar a neutralidade carbónica em 2050.
Rumo a este objetivo, o Grupo comprometeu-se, assim, a reduzir as emissões diretas em 40% até 2030 face aos valores de referência de 2018. Está ainda a trabalhar na quantificação dos impactos indiretos que derivam das suas várias operações nos clientes. Da mesma forma, foi redobrada a aposta em pesquisa e desenvolvimento, na procura de soluções inovadoras que nos ajudem a alcançar a neutralidade carbónica até 2050. Por outro lado, está focado nas medidas que envolvem os stakeholders, apoiando a redução efetiva da pegada de carbono em toda a cadeia de valor, tanto a montante, junto de parceiros e fornecedores, como a jusante, com clientes e utilizadores finais.
Em paralelo, foi criado, na plataforma de inovação internacional Leonard, um grupo de trabalho dedicado à adaptação aos efeitos das alterações climáticas. Trata-se de um grupo de trabalho que reflete todas as áreas e componentes do negócio e que, desta forma transversal, procura soluções de resiliência para modelos de negócio e estruturas de trabalho, mas também para os projetos e soluções que disponibilizamos. Por fim – e esta iniciativa é muito recente – a VINCI emitiu com sucesso um Título Verde de 500 milhões de euros, com vencimento em novembro de 2028.
Os rendimentos desta obrigação destinam-se a projetos com impacto positivo no ambiente e enquadrados na estratégia do Grupo: agir a favor do clima, otimizar recursos graças à economia circular e preservar os ambientes naturais. Falemos um pouco sobre Portugal.
Que posições e ações concretas adotaram a um nível mais local para mitigar as alterações climáticas?
Na VINCI Energies em Portugal – onde operamos com marcas como Actemium, Axians, Omexom, VINCI Facilities, Sotécnica e Longo Plano – partilhamos as tratégias e metas de sustentabilidade globais do Grupo. Em todo o espectro de atividade prosseguimos planos de ação que incluem múltiplas abordagens para reduzir consumos e impactos, desde a substituição das antigas frotas de ligeiros por veículos elétricos ou híbridos, à modernização de equipamentos e veículos pesados e à substituição de matérias-primas energéticas fósseis nas nossas diversas unidades.
Há muitos outros exemplos de boas práticas promovidas internamente nas unidades de negócio e algumas resultam de ideias simples que geram resultados bem visíveis: veja-se o caso da gestão técnica centralizada do sistema de iluminação, instalações hidráulicas e equipamentos de climatização/ventilação nas nossas plataformas logísticas – os equipamentos apenas funcionam quando necessário e evitamos consumos supérfluos, o que permitiu reduzir 40% da energia elétrica e térmica antes necessária. A par destas medidas, decorrem já internamente ações de melhoramento contínuo em três grandes áreas de intervenção: mobilidade eficiente; redução, reciclagem e valorização de materiais e desperdícios; e, eficiência energética.
Nestas áreas, as medidas concretas – que também já estão em curso – representam a adoção de soluções mais resilientes e eficientes, sejam a eletrificação das frotas, a redução de materiais de embalagem, a instalação de painéis fotovoltaicos ou a automatização dos sistemas de iluminação e climatização. Na maioria são medidas que se repercutem em reduções de custos não desprezáveis a médio prazo e que apoiam quer o uso menos intensivo de matérias-primas, quer a redução de emissões nocivas para a atmosfera. Mais ao nível da sensibilização e mobilização internas, foi lançado o Environment Day, um dia dedicado à consciencialização ambiental em todo o Grupo. Como forma de mobilizar todos os colaboradores para um papel ativo na transição ambiental, a VINCI Energies lançou ainda os Environment Awards aos quais qualquer colaborador ou equipa pode submeter uma candidatura que apresente novas práticas, técnicas e ofertas que contribuam para a sustentabilidade do nosso planeta.
Mas porque acreditamos que não basta fazer a nossa parte, e que este deve de ser um movimento empresarial em bloco, recorrente, influente e consequente, reforçámos este compromisso com a integração da VINCI Energies Portugal no BCSD Portugal. Como membro do Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável, subscrevemos – com mais de 100 empresas de relevo em Portugal – o manifesto “Aproveitar a crise para lançar um novo paradigma de desenvolvimento sustentável”, que sublinha a importância de construirmos um novo modelo de desenvolvimento para sairmos desta crise – uma crise de saúde pública que é também a mais grave situação económica que já vivemos – com base num crescimento mais sustentável e inclusivo, mais participativo, mais resiliente e eficiente.
Todas estas ideias, sendo já recorrentes de há alguns anos no nosso grupo, vão totalmente ao encontro dos nossos caminhos e metas de sustentabilidade e descarbonização, pelo que esta adesão vem essencialmente reforçar as nossas convicções e manifestar publicamente o forte empenho que temos em alcançá-las. Juntos seremos certamente mais fortes no pensamento, mas essencialmente na ação.
Resumiria estas medidas como a estratégia de crescimento verde do Grupo VINCI Energies?
Diria que em Portugal, como nos restantes países que compõem este grande projeto empresarial, é uma conceção de desempenho transversal – all-round performance – que tem funcionado como pedra-angular da cultura do Grupo e, nesse sentido, é mais umbilical e constante do que uma estratégia, e bem maior que uma dimensão puramente climática ou ambiental, sendo esse um ponto de honra, bem-entendido.
Estas medidas, que visam resiliência, eficiência e sustentabilidade na forma como atuamos e procuramos crescer, são uma das partes visíveis de algo mais intrínseco ao nosso ADN e ao nosso propósito enquanto Grupo. São o espelho e os fundamentos de uma cultura que tem eco na forma de estar e agir de todos nós, independente do país onde trabalhamos, de sermos VINCI Energies ou de integrarmos qualquer outra marca especialista do Grupo. O futuro é agora!