Vitivinícola da Bairrada olha para o enoturismo como ferramenta extraordinária de valorização do vinho



O presidente da Comissão Vitivinícola da Bairrada, Pedro Soares, defendeu ontem que o enoturismo tem sido, nos últimos tempos, uma ferramenta extraordinária de valorização do produto vinho e produtos vínicos, mas também da atividade como um todo.

“Esta é uma atividade que procura valorizar territórios, muitas vezes mais desfavorecidos, que ajuda a fixar população. É importante ter uma ferramenta que permita validar uma narrativa associada à produção de vinho e à cultura do vinho, porque para Portugal, e para muitos países latinos, o vinho faz parte da gastronomia”, sustentou.

O Dia Mundial do Enoturismo, instituído em 2009 pela Rede Europeia das Cidades do Vinho (Recevin) e que passou a ter um caráter mundial a partir de 2019, vai ser celebrado no domingo.

Em declarações à agência Lusa, Pedro Soares destacou a importância de as pessoas poderem visitar as quintas e adegas, de forma a poderem perceber que o vinho contribui para a manutenção de um determinado ‘greening’ da paisagem, bem como para constatarem o cuidado e o esforço que está por detrás da criação de uma bebida.

“É fundamental para poderem perceber que essa bebida, muitas vezes, é criada tendo em conta o meio ambiente onde o produtor se encontra e para harmonizar com esta ou com aquela gastronomia mais local”, acrescentou.

No seu entender, o vinho acaba por ser valorizado e as marcas acabam por beneficiar do facto de os visitantes ficarem a conhecer a história e, assim, acabarem por estar mais disponíveis “para pagar um preço um pouquinho mais elevado por um produto que, sendo vinho, arrasta consigo toda uma valorização local e do território”.

“Nós em Portugal sabemos receber muito bem no setor do vinho, portanto, acho que é uma ótima oportunidade para, quem tiver disponibilidade, conhecer um pouco mais daquilo que os produtores vão fazendo, não só pela produção de vinho, mas também pela manutenção de uma economia local e social, onde muitas vezes é difícil fixar a população”, referiu.

Segundo o presidente da Comissão Vitivinícola da Bairrada, para assinalar o Dia Mundial do Enoturismo, alguns produtores e municípios da Bairrada agendaram algumas iniciativas para o fim de semana.

Entre elas está a Adega Regateiro, localizada na Forcada, Aguada de Cima, no sul do concelho de Águeda, que vai abrir as suas portas no domingo, até às 17:30, e lançar um espumante em garrafas duplas.

A empresa familiar de Casimiro Gomes, fundador da Lusovini, vai apresentar neste dia o seu novo espumante ‘Regateiro Raízes de Família’, só em garrafas de 1,5 litros, com estágio de 60 meses.

“Estamos muito empenhados em valorizar a nossa unidade de enoturismo e em dá-la a conhecer, uma vez que todos os estudos mundiais indicam que nos próximos anos esta será a principal área de crescimento do setor do vinho”, afirmou.

Para Casimiro Gomes, “a Bairrada tem um potencial muito grande neste capítulo”, o que o leva a querer contribuir para “qualificar a oferta da região e das suas marcas”.

Também a Câmara Municipal da Mealhada vai celebrar o Dia Mundial do Enoturismo com duas visitas guiadas: uma às antigas instalações do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) e outra às caves “Da Mina”, no Luso.

“A ideia é mostrar como o território mealhadense é marcado, desde há décadas, pela vitivinicultura. Assim, o Município propõe um regresso ao passado, com uma visita às antigas instalações do IVV, pela mão, saber e memória de Carlos Jaime, antigo colaborador do IVV; e uma visita ao presente, já de olhos postos no futuro, com o projeto renovado dos vinhos ‘Da Mina’, no Luso”, justificou a autarquia.





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