Viver numa cidade onde a temperatura nunca passa dos -10ºC
Se acha que o Inverno português é rigoroso, imagine o que será viver na cidade de Norilsk, na Sibéria, cuja temperatura média anual é de -10ºC. No Inverno, a temperatura pode mesmo chegar aos -50ºC. Situada 400 quilómetros a norte do Círculo Polar Árctico, a cidade tem períodos de frio extremo durante 280 dias por ano, com cerca de 130 dias de tempestades de neve.
A história desta cidade está intimamente ligada à actividade mineira. Fundada em 1935 como um gulag, Norilsk deve o seu crescimento às minas de níquel, das maiores e mais importantes do mundo. Por outro lado, em Norilsk extrai-se cerca de 75% de toda a produção mundial de paládio.
É também um grande centro metalúrgico, estando ligada por um caminho-de-ferro de 80 quilómetros até ao porto oceânico de Doudinka, junto do rio Ienissei.
O emprego estável ajudou a desenvolver a cidade. Hoje, Norilsk tem perto de 175.000 habitantes, ainda que as suas violentas condições atmosféricas resultem em problemas de saúde ligados à ansiedade, nervosismo, tonturas e depressão.
A noite polar dura dois meses por ano. Nesta altura não há Sol, o que ajuda a problemas ligados à depressão. Sensação vista em primeira mão pela fotógrafa russa Elena Chernyshova, que passou várias semanas em Norilsk para documentar as vidas das pessoas na sua série Days of Night – Nigths of Day.
Segundo Chernushova, as condições de trabalho dos mineiros são duríssimas, mas a compensação é atractiva: 90 dias de férias por ano e reforma antecipada aos 45 anos.
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