Von der Leyen anuncia Pacto Industrial Ecológico nos primeiros 100 dias de mandato
A presidente da Comissão Europeia declarou hoje, perante os eurodeputados, que a União Europeia (UE) vai continuar a fazer o percurso para a descarbonização e prometeu um pacto industrial nos primeiros 100 dias do mandato.
No arranque do debate que antecede a votação do colégio de comissários, Ursula von der Leyen, reconduzida no cargo, disse que nada vai afastar a UE do caminho que começou rumo à descarbonização.
“Há quase cinco anos lançámos o Pacto Ecológico […], hoje tem ainda mais relevância. Precisamos e vamos continuar no percurso para concluir o Pacto Ecológico Europeu”, acrescentou a presidente do executivo comunitário, no hemiciclo de Estrasburgo, em França.
Para “haver êxito”, a Comissão Europeia tem de “acompanhar as pessoas e as empresas, as PME [pequenas e médias empresas], os inovadores e trabalhadores”, completou Ursula von der Leyen.
A presidente da Comissão Europeia anunciou um “Pacto Industrial Ecológico nos primeiros 100 dias de mandato, que vai envolver todo o colégio [de comissários], uma equipa que vai trabalhar para coordenar a resposta”.
O voto em plenário está previsto para cerca das 12:00 (menos uma hora em Lisboa).
Ursula von der Leyen foi reeleita em julho no cargo de presidente da Comissão Europeia, que desempenhará novamente a partir de 01 de dezembro num segundo mandato de cinco anos.
O seu próximo executivo comunitário, agora sujeito a aval parlamentar, é composto por 11 mulheres entre 27 nomes (uma quota de 40% de mulheres e de 60% de homens), uma das quais a comissária indigitada por Portugal e antiga ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, que vai ocupar a pasta dos Serviços Financeiros e União da Poupança e dos Investimentos.
Num contexto de tensões geopolíticas (devido à guerra da Ucrânia causa pela invasão russa e de conflitos no Médio Oriente), de concorrência face aos Estados Unidos e China e de transição política norte-americana, Von der Leyen quer, nos próximos cinco anos, apostar na competitividade económica comunitária.
Estima-se que a UE tenha de investir 800 mil milhões de euros por ano, o equivalente a 4% do PIB, para colmatar falhas no investimento e atrasos em termos industriais, tecnológicos e de defesa em comparação a Washington e Pequim.
Só a aposta em defesa, impulsionada pela guerra da Ucrânia causada pela invasão russa e pelas recentes tensões geopolíticas, vai ter de ser suportada por necessidades de investimento na ordem dos 500 mil milhões de euros na próxima década.