Web Summit: Alcançar emissões zero é o “maior desafio tecnológico da história da humanidade”



O responsável pelo clima e ambiente da UNICEF Brasil disse ontem à Lusa que a missão de atingir a meta zero em gases de efeito estufa é o “maior desafio tecnológico da história da humanidade”.

“A gente nunca teve de mudar tão profundamente o nosso modo de vida em tão pouco tempo”, disse, em entrevista à Lusa, Danilo Moura, durante a Web Summit que decorre na cidade brasileira do Rio de Janeiro.

“Se quem está na linha da frente na inovação não considere essa necessidade a gente não vai sair dessa armadilha”, frisou, considerando ser fulcral que nesta revolução tecnológica as necessidades dos jovens.

Não apenas os jovens de ‘elite’ e dos países desenvolvidos, mas também os das favelas e do interior porque “ou a gente chega do zero [de emissões] junto, ou ninguém vai chegar porque o planeta é o mesmo para todo o mundo”, sublinhou.

Sobre a prioridade ambiental que as empresas de inovação devem ter, especialmente em eventos como na Web Summit, o responsável da UNICEF Brasil considerou que, por exemplo, a inteligência artificial tem potencial enorme para ajudar nas questões do ambiente, “de prevenção de desastre e de monitorizar os efeitos dos desastres”.

Mas, frisou, muitas destas empresas consomem “quantidades absurdas de energia”

“Acho que existe um papel de cobrar das empresas, de quem está liderando, que eles assumam a responsabilidade para que essa transição tecnológica seja feita de forma sustentável”, disse.

Caso a inovação não venha de mãos dadas com planos específicos para “que não cause danos negativos, não importa os impactos positivas que possam trazer”, considerou Danilo Moura.

A título de exemplo, o responsável brasileiro recordou o caso das criptomoedas: “uma inovação tecnológica que tem um impacto brutal ambiental”.

“A tecnologia já está aí há uns anos e está sendo provida de energia suja”, criticou.

O grande objetivo das empresas de inovação, considerou, deve estar centrado em impedir aumento de mais de 1,5 graus Celsius (ºC) nas temperaturas globais em relação aos níveis pré-industriais.

“Não existe como chegar a isso se quem está promovendo a inovação não pensar na inovação ligada a esse”, concluiu.





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