Web Summit: Diretora executiva da One Earth garante que já é possível resolver a crise climática



Este tarde, no maior evento tecnológico e de inovação do mundo, Justin Winters, Co-fundadora e diretora executiva da One Earth, e Oliver Balch, jornalista do The Guardian, demonstraram que é possível reverter a situação climática em que o mundo se encontra, no painel “Solving the twin crises of climate change and biodiversity loss with science, technology and community-led action”.

Foi precisamente através da One Earth, uma organização que se desenvolveu há 8 anos, e que surgiu da procura por soluções para combater a crise climática, que se chegou a esta conclusão.

Com a tecnologia e a ciência como principais motores da organização, a One Earth juntou-se a cientistas e especialistas, no sentido de procurar uma solução. Em 2016 a organização investiu financeiramente numa investigação, desenvolvido por um grupo de 17 cientistas, que levou à criação de um modelo do clima. O estudo foi publicado em 2019, e o resultados revelaram que sim, existe solução para as alterações climáticas, e é possível resolver este problema com as tecnologias já existentes.

”Atualmente, a humanidade está profundamente desligada e não percebe que sem um Planeta saudável, sem a natureza, estamos acabados. A natureza dá-nos tudo, ar puro, água limpa, comida saudável (…) Nós somos natureza e esquecemo-nos disso”, alerta Justin Winters.

O modelo demonstrou, através de três pilares, como é possível solucionar e combater as alterações climáticas. Em primeiro lugar, fazendo a transição para a energia 100% renovável. Em segundo lugar, proteger e restaurar 50% das terras e dos oceanos. Por último, fazer a mudança da agricultura convencional para uma agricultura regenerativa.

Relativamente ao segundo ponto, a Co-fundadora da One Earth explicou que surgiu a questão de onde estariam as oportunidades de restaurar a natureza em cada país. Nesse sentido, nos últimos dois anos e meio a equipa desenvolveu uma app, a Global Safety Net, no qual se revela informações úteis, a nível mundial, que permitem combater a destruição do meio natural e restaurar a biodiversidade. Esta abrange seis categorias, as áreas que já estão protegidas pelos governos, a espécies que estão gravemente ameaçadas e que precisam de ser protegidas com urgência, as áreas com maior biodiversidade, as paisagens que são habitat para os maiores mamíferos, áreas com a maior extensão de vida selvagem intacta e áreas que estabilizam o clima.

Como acrescenta Justin Winters, cada país tem os seus objetivos para restaurar a natureza, e ao transmitir-se estas informações para o domínio público, torna-se possível fazer mais e melhor. A app permite conhecer a bioregião em que cada cidadão vive, de forma a compreender o mundo  à sua volta e o que precisa de ser feito para melhorar.

Como a co-fundadora afirma, o poder não está apenas no governo, mas também em cada um de nós. “Uma das primeiras maneiras através da qual as pessoas podem agir sobre este tema é visitar a App  GSN, conferir o roteiro da região em que vivem e a natureza que precisa de ser protegida e recuperada. Vejam a biorregião em que vivem, guardem um tempo para ver a fotografia, para entender a paisagem, para entender a diversidade, para se reconectarem com a Terra, e saiam e vão experiênciem-no vocês mesmos”.





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