WWF quer reforçar ciclo da água no Algarve com 3.ª edição do projeto “Plantar Água”

O projeto “Plantar Água”, da organização ambientalista WWF Portugal, vai já na terceira edição e até 2026 pretende contribuir para a melhora do ciclo da água no Algarve, “na serra, no barrocal e no litoral”.
Iniciada em 2019, com o apoio da Fundação Coca-Cola, a iniciativa já restaurou 120 hectares na Serra do Caldeirão, plantou 45 mil árvores e arbustos e instalou 18 comedouros e oito abrigos para coelhos-bravos (a principal presa do lince-ibérico).
Nesta terceira fase, o objetivo é plantar mais 35 mil árvores e arbustos, assegurar a manutenção dos habitats restaurados e restaurar outros 80 hectares, aumentar a retenção de água nas zonas altas através de pequenas charcas e da plantação de espécies autóctones, reforçar a recarga dos aquíferos e promover a redução do consumo de água nas zonas agrícolas costeiras.
Já durante os próximos anos, a WWF Portugal prevê a recarga de aquíferos na ordem dos 5 milhões de litros anuais e uma redução de 70 milhões de litros por ano no uso da água na agricultura.
Até 2056, quando a floresta estiver madura, a WWF Portugal estima que o projeto terá contribuído para uma recuperação de até 400 milhões de litros de água por ano, resultado da retenção natural de água no solo e nas plantas.
“O restauro ecológico em larga escala é uma das soluções mais eficazes para enfrentarmos a crise climática e para devolver à natureza aquilo que lhe pertence: água, biodiversidade, ecossistemas e habitats saudáveis. Projetos como o Plantar Água demonstram que as soluções baseadas na natureza podem trazer benefícios reais para as pessoas e para o planeta”, afirma Ângela Morgado, diretora executiva da WWF Portugal.
Em comunicado, a organização informa que o projeto integra também uma vertente de capacitação e apoio técnico às empresas agrícolas locais, para melhorar a eficiência das práticas agrícolas, promovendo a rega deficitária controlada e outras boas práticas de agricultura sustentável.
Citado na mesma nota, Macário Correia, presidente da Direção da Associação de Beneficiários do Plano de Rega do Sotavento do Algarve, salienta que “a agricultura moderna exige cada vez melhores comportamentos e práticas, nomeadamente na eficiência do uso da água e numa região de escassez como o Algarve”.
“É um desafio para todos e este projeto vai ao encontro dessa necessidade”, refere o responsável.