“Banir os sacos plásticos no Brasil não é sustentável”, defende presidente da Plastivida



Há uma semana, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, votou uma lei que proibirá a distribuição de sacos de plásticos nos super e hipermercados daquela cidade a partir de 1 de Janeiro de 2012. Com esta medida, a cidade paulista torna-se na segunda capital brasileira a banir os sacos plásticos do seu dia-a-dia, depois de Belo Horizonte, que adoptou a proibição em Março.

Numa entrevista polémica à revista Exame Brasil, o presidente da Plastivida, Miguel Bahiense, afirma que banir os sacos plásticos no Brasil não torna este País numa “potência verde”. Aliás, proibir os sacos plásticos nem sequer é “sustentável”.

“Segundo um estudo inglês, em nove categorias ambientais avaliadas, o saco de plástico teve o melhor desempenho em oito delas. E, em segundo lugar, ficaram as ecobags de plástico. O plástico mostrou-se um produto essencial do ponto de vista ambiental”, revelou Bahiense.

O responsável admite que o grande “vilão ambiental” brasileiro é o desperdício, associado a um sistema de colecta selectiva que deixa muito a desejar.

“Entendemos que o problema não é do produto em si, mas [sim] do desperdício. Há muito tempo, os sacos de plástico eram fabricados com uma espessura que suportava de 6 a 7kg. Até que, na tentativa de reduzir os custos de produção para a indústria e baratear a compra pelo comércio, ele foi ficando mais fina e frágil”, começa por explicar o responsável.

“Com o tempo, o consumidor começou a colocar um saco dentro do outro para reforçar. Aí surgiu algo que não existia: o desperdício. Chegámos a um momento em que a profusão de sacos era tamanha que começou a chamar muita a atenção. Sem um destino certo, um plástico descartado em um rio, não afunda, bóia e fica bem visível. A partir daí o discurso ambiental contra os sacos de plástico ganhou força”, admite Bahiense.

E, mais tarde, continuou. “Banir a ‘sacolinha’ não vai tornar o Brasil uma potência verde”.

Segundo Miguel Bahiense – que não usa um ecobag mas sim um simples saco de plástico – o ecobag de pano é pior que o saco comum. “Eu gostaria que as pessoas tivessem o mesmo nível de entendimento que eu tenho para entender isto. Sem o saco comum, a segunda melhor opção é a ecobag de plástico, e se eu não tiver nenhuma dessas duas, realmente não sei qual a melhor opção. Não é porque sou presidente de uma entidade que defende o saco. É porque tenho a informação de que esta é a melhor opção do ponto de vista ambiental, social e económico”, revelou.

Não perca toda a entrevista polémica no site da Exame Brasil. A proibição de sacos de plástico na cidade de São Paulo, essa parece que veio mesmo para ficar. A exemplo de Belo Horizonte e, quem sabe, da própria União Europeia.

Recorde ainda esta notícia sobre a cooperação luso-brasileira no que toca à redução de sacos de plástico no retalho. Pelos vistos, a polémica ambiental do dia, no Brasil, não é o mediático Código Florestal, mas esta proibição. Já agora, concorda com ela?





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