Tetra Pak e Sociedade Ponto Verde defendem o papel das embalagens de bebidas na promoção da reciclagem
A Tetra Pak e a Sociedade Ponto Verde (SPV) realizou ontem um evento digital com o tema “Melhor Desempenho, Mais Reciclagem”, destinado a todos os Sistemas de Gestão de Resíduos Urbanos (SGRU) de Portugal Continental e Ilhas. Este webinar teve como objetivo debater as oportunidades de melhoria na eficiência da recolha e tratamento de embalagens de cartão para alimentos líquidos (ECAL), bem como perceber qual a relação dos consumidores com este tipo de embalagens.
A sessão contou com a participação de Ingrid Falcão, Sustainability Manager da Tetra Pak Ibéria, que abordou a temática da composição das ECAL e o seu ciclo de vida, de João Letras, Diretor de Gestão de Resíduos da SPV, que evidenciou os aspetos técnicos destas embalagens e explicou o seu processo de reciclagem e, ainda, de Teresa Cortes, Coordenadora de Marketing e Comunicação da SPV, que mostrou qual a relação dos consumidores com as ECAL, partilhando também algumas das estratégias de comunicação desenvolvidas pela SPV nesse âmbito.
Na intervenção inicial dedicada às “Embalagens ECAL”, a Sustainability Manager da Tetra Pak Ibéria assinalou que “Em 2020, atingimos uma taxa de reciclagem de cerca de 30% e, por isso, pretendemos aumentar estes resultados para 60%, até 2025. A nossa ambição é conseguir desenvolver embalagens para alimentos unicamente feitas por materiais renováveis ou reciclados de origem responsável, totalmente recicláveis e neutras em emissões de carbono”.
João Letras, por sua vez, evidenciou que “existe um grande potencial de crescimento face àquilo que está a ser encaminhado para a reciclagem e que é de fazer notar que o estrangulamento do processo, neste momento, não se encontra na indústria de reciclagem, nem nos parceiros ou nos SGRU, mas sim no próprio consumidor sendo, por isso, essencial continuar a trabalhar de forma a garantir que mais portugueses separam mais e melhor este tipo de embalagem, que é tão fácil de separar. É também fundamental assegurar um bom controlo na triagem municipal para evitar que haja ECAL perdida noutras frações de material e minimizar essas perdas, concentrando a ECAL no sítio certo, para que a reciclagem ocorra da melhor forma possível.”
No decorrer da sessão, Teresa Cortes apresentou dados sobre os comportamentos dos portugueses em relação a este tipo de embalagens tendo concluído que “o período de confinamento veio contribuir para o aumento da reciclagem em casa dos portugueses, e, consequentemente, para o aumento da recolha deste tipo de embalagens”.
A Coordenadora de Marketing e Comunicação da SPV referiu ainda foi lançada “uma iconografia adicional àquela que já era conhecida – o pictograma para colocar no ecoponto amarelo – indicando agora o que fazer às outras componente destas embalagens. Procurámos também harmonizar a sinalética colocada nos ecopontos, em parceria com os Sistemas de Gestão de Resíduos e Embalagens, de forma a garantir harmonização de mensagem, evitando a desmotivação dos consumidores, por falta de conhecimento”.
Para Teresa Cortes, “são estes os níveis de comunicação que devem existir de forma a trazer ao consumidor um maior nível de informação e transparência, quanto ao modo como funcionam estas embalagens e quanto ao papel que ele pode vir a ter neste processo”.
No encerramento da sessão, Ingrid Falcão, aproveitou para relembrar os SGRU do desafio proposto na primeira edição do Concurso “Melhor Desempenho, Mais Reciclagem”, enfatizando a importância de “trabalhar a temática da reciclagem e aumentar a participação da população nesse sentido, enquanto, em simultâneo, contribuem para uma ação de caráter social junto de uma associação à sua escolha”, reforçando ainda que, para isso acontecer, “é necessário que todas as entidades unam esforços em prol de objetivos comuns, tais como, o aumento das taxas de reciclagem das ECAL, a diminuição da pegada ambiental e, consequentemente, a incrementação de novos hábitos de reciclagem junto dos consumidores.”