2025 foi ano “histórico” para pesca sustentável na Península Ibérica
O ano de 2025 foi “histórico” para a pesca sustentável em Portugal e Espanha, diz a organização “Marine Stewardship Council” (MSC) num balanço hoje divulgado e que destaca a recertificação da pescaria de cerco da sardinha.
O MSC encerra 2025 com “avanços significativos na certificação de pescarias nacionais, expansão do Selo Azul no mercado português e iniciativas de capacitação que reforçam o compromisso com oceanos saudáveis”, afirma a organização em comunicado.
O MSC é uma organização internacional que define padrões científicos reconhecidos mundialmente para a pesca sustentável e a rastreabilidade dos produtos do mar. É responsável por um “Selo Azul”, colocado em produtos à venda que distingue as pescarias sustentáveis e incentiva um mercado mais responsável.
Citado no comunicado, o diretor do MSC para Espanha e Portugal, Alberto Martín, afirma que “em 2025, Portugal demonstrou liderança na recuperação de recursos icónicos e no compromisso com o programa MSC, com a recertificação da sardinha ibérica como exemplo paradigmático de colaboração multissetorial. Estes progressos garantem não só a sustentabilidade ambiental, mas também a viabilidade económica de pescarias e comunidades costeiras, assegurando o fornecimento responsável de pescado para gerações futuras”.
A organização classifica como “marcos chave” a recertificação da pescaria de cerco da sardinha ibérica da costa atlântica, celebrada numa cerimónia em Matosinhos. A certificação tinha sido perdida em 2014 devido ao mau estado do stock. Na recuperação do “selo azul” da sardinha estiveram envolvidas 132 embarcações portuguesas, cientistas, governos ibéricos e indústria conserveira.
O MSC destaca a nível ibérico os progressos nas pescarias espanholas como a de atum patudo do atlântico e recertificações de anchova e bonito no Cantábrico, concluindo que “foi a sardinha ibérica o foco prioritário de impacto conjunto”.
O novo relatório anual global do MSC revela que 738 pescarias – mais 22 que em 2024 – participam no programa de certificação, abrangendo 20,6% das capturas selvagens mundiais e 80% do peixe branco global.
As vendas de produtos certificados cresceram 8%, atingindo 14 mil milhões de dólares, com destaque para o atum (300 mil toneladas com Selo Azul, um aumento de 30%).
Este ano em Portugal o “Selo Azul” teve um “crescimento consistente” e foram comercializados mais de 450 produtos com o Selo Azul MSC, “representando um crescimento impressionante de 800% na última década”.
Um avanço, destaca a organização, impulsionado por um grupo de grandes cadeias de supermercados.