GEOTA apela ao voto consciente e esclarecido tendo em conta os vários desafios ambientais



Com a aproximação das eleições legislativas 2022, o GEOTA – Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente apela aos cidadãos que, através de um voto consciente e esclarecido, apoiem uma mudança da estratégia de gestão dos recursos hídricos que permita evitar danos irreversíveis aos ecossistemas que dão resiliência, no combate às alterações climáticas.

A seca é uma problemática atual séria com a qual Portugal se depara. Muitas albufeiras apresentam níveis mínimos históricos de reservas de água, potenciando a falta de água para abastecimento de populações e para a agricultura. Para muitos, a solução para a escassez de água passa pela construção de mais barragens capazes de armazenar este recurso, no entanto, como refere a organização, mesmo estas apresentam níveis abaixo de metade do que seria expectável nesta altura do ano, pelo que podem não garantir o abastecimento de água para os próximos meses, nem para o futuro.

“Estamos em tempo de eleições legislativas e seria de esperar que todos os partidos tivessem em conta a gravidade da situação e propusessem medidas para colmatar esta problemática. Enquanto que alguns programas eleitorais sublinham estratégias importantes, como a transição para formas de agricultura mais sustentáveis, ou a remoção de barreiras obsoletas nos rios, outros sugerem medidas que fomentam ainda mais o investimento em regadio e na agricultura intensiva”, refere Catarina Miranda, Coordenadora do projeto Rios Livres, do GEOTA, acrescentado que  “Construir barragens com enormes impactos ecológicos para aumentar a disponibilidade de água para irrigação é uma falácia, quando temos muitas albufeiras a níveis mínimos. Ainda mais, aumentar a irrigação, num país em que a agricultura é já responsável por mais de 70% do consumo total de água, não é solução”.Para o GEOTA, a solução passa pela apresentação de propostas pelo Governo e partidos políticos que integrem os princípios definidos pelas diretivas europeias, como é o caso do Pacto Ecológico Europeu e de duas das estratégias que o integram – a Estratégia Europeia de Biodiversidade 2030 e a Estratégia do Prado ao Prato, mas também pela integração, nas estratégias nacionais e nas políticas, dos objetivos e metas definidas pela Nova Política Agrícola Comum (2023-2027), e pela elaboração de estudos credíveis para suporte às decisões, que integrem, da mesma forma, critérios ecológicos, sociais e económicos.

Pode consultar no site a síntese dos programas eleitorais disponibilizados pelos partidos, relativamente à gestão dos recursos hídricos e agricultura de regadio, criada pelo Grupo.





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