Investigadores portugueses descobrem que infetados com Covid-19 podem contagiar cães e gatos



A propagação da COVID-19 aos animais de estimação tem sido um assunto incerto, embora já tenham sido confirmados casos de espécies infetadas. Um novo estudo desenvolvido por investigadores do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Porto (CiiMAR-UP), revela que os donos infetados com o vírus podem contagiar os cães e os gatos.

O estudo, agora publicado na MPDI, tinha como objetivo compreender o potencial papel dos animais domésticos na transmissão global do SARS-CoV-2, bem como a sua suscetibilidade à infeção. Foram analisados um total de 217 animais – 148 cães e 67 gatos – nas cidades de Braga, Porto, Aveiro, Coimbra e Lisboa, bem como realizados inquéritos epidemiológicos aos donos dos animais.

“Verificámos que 15 em 69 gatos e 7 em 148 cães continham anticorpos contra o Sars-Cov-2, ou seja, já tinham tido contacto com o vírus”, explica o primeiro autor do estudo, Ricardo Barroso. Além disso, um cão testou positivo para a SARS-CoV-2.

Entre os animais seropositivos, 50% foram possivelmente infetados por um humano, e 33,33% dos gatos foram infetados por outro gato, ou seja, de gato para gato. Como é referido na publicação, dos 15 felinos com anticorpos detetados, nove apresentaram mais do que um sintoma: quatro tinham sintomas respiratórios, três tinham sintomas digestivos, dois tinham sintomas neurológicos, outros dois apresentavam uma redução no apetite e um tinha febre.

Os resultados indicam também que os gatos são mais propensos a ter sintomas e que os cães têm maior carga viral.

A investigação sugere que os seres humanos podem infetar os animais domésticos, sendo por isso necessário implementar planos de vigilância animal no futuro e desenvolver mais estudos epidemiológicos sobre este assunto. Contudo, não existem evidências de que os animais de estimação possam infetar os humanos.

Nesse ponto, Isabel Fidalgo Carvalho, orientadora da dissertação de mestrado de Ricardo Barroso, frisou à CNN que “Até à data, sabemos que só está provado que nós infetamos os animais e não ao contrário”, pelo que apela a que os donos não fiquem assustados e que protejam os animais.

 





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