“A guerra na Ucrânia não nos pode fazer esquecer que as alterações climáticas são uma ameaça existencial para todos”, diz António Guterres



Depois da visita à Moldávia, António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), está de momento na Áustria, onde permanecerá até sexta-feira. O secretário-geral reuniu-se com o presidente austríaco, Alexander Van der Bellen, numa conferência de imprensa, onde alertou para as consequências da guerra na Ucrânia, e relembrou que as alterações climáticas continuam a ameaçar o mundo inteiro.

“Esta guerra sem sentido deve parar. Inflamou uma crise tridimensional – alimentos, energia e finanças – com impactos devastadores sobre as pessoas, os países e as economias mais vulneráveis. A segurança alimentar global é uma preocupação especialmente profunda e foi o foco das minhas recentes reuniões em Moscovo e Kiev”, afirmou, referindo ainda que “uma solução significativa para a insegurança alimentar global requer a reintegração da produção agrícola da Ucrânia e da produção de alimentos e fertilizantes da Rússia e da Bielorrússia nos mercados mundiais”.

António Guterres aproveitou ainda o momento para apelar à ação climática e enfatizar que os impactos climáticos são reais e não deixaram de existir.

“Por mais dramática que seja, a guerra na Ucrânia não nos podemos esquecer que as alterações climáticas são uma ameaça existencial para todos nós – para o mundo inteiro. Podemos ver os seus impactos em todo o lado – inclusive aqui nos Alpes austríacos, onde os glaciares estão a recuar e as pontes de gelo e neve a desaparecer”, apontou.

“Para manter o limite de 1,5 grau acordado em Paris ao alcance, precisamos de cortar 45% das emissões globais nesta década. No entanto, as atuais promessas climáticas significariam um aumento de 14% nas emissões” referiu. Para António Guterres, é imperativo que os principais países emissores comecem a cortar drasticamente as suas emissões, o que “significa acelerar o fim do nosso vício em combustíveis fósseis e acelerar a implementação de energia limpa e renovável.” Nesta questão, congratula o país pelos seus compromissos de transição energética e neutralidade climática. “Conto com a União Europeia para corresponder a esta ambição e rever as suas metas de energia renovável e eficiência energética este ano” declarou, acrescentando que devemos investir rapidamente em adaptação e resiliência, principalmente para os mais pobres e vulneráveis ​​que menos contribuíram para a crise.”

Por outro lado, deixou ainda um agradecimento aos jovens: “Quero também reconhecer os tremendos esforços da sociedade civil – e dos jovens em particular – em pressionar por mudanças significativas, ambiciosas e urgentes.”





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