22% das plantas do planeta em risco de extinção
A intensa actividade e intervenção humana no meio ambiente, sobretudo nas regiões tropicais, poderá levar a que, a curto prazo, 22% das plantas do planeta estejam extintas.
O estudo foi desenvolvido pelo Museu Natural de Londres, Kew Royal Botanic Gardens e União Mundial da Conservação da Natureza (UICN) e revelado ontem pelo The Ecologist.
De acordo com o site, o estudo foi elaborado como parte de uma análise global ao estado da flora e fauna mundial, e para ajudar a preparar a próxima Cimeira da Biodiversidade das Nações Unidas, que se realizará em Nagoya, no Japão, já em Outubro.
Será nesta cimeira que os Governos irão discutir os novos objectivos de biodiversidade para 2020. Até agora, explica o The Ecologist, todos os 219 assinantes da Convenção da Diversidade Biológica, de 1992, falharam os objectivos previstos para 2010.
“Na verdade, [este facto] não tem tido um grande impacto no terreno. Mas os objectivos não têm sido atingidos e temos visto um aumento geral na diminuição da biodiversidade mundial. Os Governos têm que decidir em acções locais, regionais e nacionais”, explicou ao The Ecologist Steve Bachman, analista de conservação de plantas do Royal Botanic Gardens.
Denominado de “Sampled Red List Index (SRLI)”, o estudo ainda está em fase de aprovação, mas a lista das espécies em perigo deverá ser revelada no final de Outubro.
Ainda assim, o relatório já traz alguns exemplos do risco que corremos. A palmeira Dypsis brevicaulis estará reduzida a 50 plantas em três locais, enquanto o grupo das Gimnospérmicas, onde se incluem os pinheiros e as araucárias, é o mais ameaçado.
O estudo foi realizado numa amostra de 7.000 espécies dos principais grupo de plantas, como os briófitos, pteridófitos, gimnospérmicas e angiospérmicas.
“Pela primeira vez temos uma ideia clara do risco de extinção das plantas conhecidas no mundo. Este relatório mostra que as mais urgentes ameaças e regiões em maior perigo”, revelou Stephen Hopper, director do Royal Botanic Gardens.
“O impacto humano causou 80% das ameaças às espécies de plantas. A conversão dos habitats naturais para a agricultura nem sequer é tida em conta nos futuros efeitos as alterações climáticas”, concluiu, por sua vez Neil Brummitt, pesquisador da Museu Natural de Londres. É mesmo caso para alarme?