5 países em desenvolvimento que estão a abandonar os combustíveis fósseis



Há quem diga que são os países em desenvolvimento que melhores condições têm para a transição verde, ainda que a teoria, por vezes, ultrapasse largamente a prática. Ainda assim, há várias nações que estão a criar condições para o florescimento das energias renováveis no seu território.

O The Guardian escolheu cinco delas – Costa Rica, Afeganistão, China, Índia e Albânia – e escalpelizou o que cada uma anda a fazer no caminho da economia verde. Saiba quais as razões para este optimismo.

COSTA RICA

Já aqui dissemos: a Costa Rica é um dos países que mais investe em renováveis – tendo em conta a sua dimensão – e espera mesmo ser o primeiro a chegar à electricidade 100% renovável, graças aos recursos hídricos, eólicos e geotérmicos.

Cerca de 98% da energia consumida no país já é renovável, pelo que será apenas uma questão de tempo até que o objectivo seja conseguido. Por detrás dele esteve um plano que demorou várias décadas a delinear e construir, que levou à substituição de geradores a diesel – ainda usados para situações urgentes – e investimento em renováveis. Em 2025, o país espera livrar-se de todos os combustíveis fósseis.

AFEGANISTÃO

As características geográficas, políticas e geológicas do Afeganistão são perfeitas para as renováveis. Será sempre difícil manter uma rede de energia alicerçada em combustíveis fósseis, tendo em conta estas especificidades, por isso a solução está na geração de energia de forma descentralizada – detida e controlada pelos cidadãos.

O país tem muitas horas de Sol e as zonas de montanha têm um grande potencial eólico. Também os rios são propícios à instalação de mini-hídricas – nada de grandes dimensões, apenas o suficiente para produzir electricidade para algumas aldeias.

Nas províncias do norte, mais de 12.000 casas, escolas, mercados, negócios locais e hospitais já dependem de um mix entre energia hídrica e solar – um sistema instalado pela agência alemã GiZ. O projecto está a correr bem e deverá ser implementado noutras regiões.

CHINA

Em menos de uma década, a China tornou-se na maior potência do mundo em energia renovável. De acordo com os responsáveis do país, o objectivo é chegar aos 20% de combustíveis não fósseis até 2030 – actualmente, este número encontra-se nos 11%.

O consumo de carvão chegará aos 4,2 mil milhões de toneladas em 2020, e reduzir-se-á abundantemente a partir dessa data. Por outro lado, o gigante asiático prevê um aumento da electricidade vinda das fontes renováveis, duplicando a eólica e quadruplicando a solar até 2020.

Os objectivos podem parecer curtos, quando comprados, por exemplo, com os costa-riquenhos. Mas não nos devemos esquecer da diferença de magnitude entre as duas nações – os esforços chineses serão muito mais relevantes para o futuro do Planeta.

ÍNDIA

Hoje, 20% da população indiana não tem acesso a electricidade, uma situação que o Governo tentará evitar em 2019. Isto só será possível com a descentralização das soluções energéticas, um processo que dependerá sobretudo do desenvolvimento das energias renováveis.

No início do ano, o Governo anunciou que chegará aos 175GW de energias renováveis em 2022 – 100GW de energia solar, por exemplo. Este sector tem crescido pouco, é verdade, mas tem um enorme potencial, podendo criar, nos próximos anos, 670.000 novos postos de trabalho no país.

ALBÂNIA

A Albânia é um dos países com mais horas de exposição solar da Europa – 2.400 horas/ano –, o que, quando falamos de uma nação com 2,7 milhões de habitantes, lhe dá um potencial enorme para as renováveis.

Nos últimos anos, o Governo albanês investiu na legislação da promoção às renováveis e os próximos anos trarão números muito interessantes para o país. A nova lei prevê que a Albânia atinja os 38% de energia renovável – na qual não é contabilizada a hídrica – em 2020.

Por outro lado, a água é um dos principais recursos do país – pelo menos oito grandes rios correm na Albânia, alimentados por milhares de pequenos riachos – pelo que a energia hídrica já chega aos 4500MW.

Se a isto acrescentarmos a energia solar e a eólica – sobretudo ao longo da costa do Adriático, como pode ver na foto – temos um cocktail muito interessante para o desenvolvimento das renováveis.

Foto: Les Haines / Creative Commons





Notícias relacionadas



Comentários
Loading...