62% da família das árvores gigantes de Bornéu estão ameaçadas
A Ilha de Bornéu é casa para 267 espécies Dipterocarpus, a família das árvores gigantes, entre as quais 162 são endémicas. Segundo revela a Botanic Gardens Conservation International (BGCI), na nova Lista Vermelha de Dipterocarpos Endémicos de Bornéu, cerca de 62% estão ameaçadas de extinção.
Analisando com mais precisão estes dados, é possível compreender que do total de espécies endémicas, 47 estão em estado vulnerável (VU), 34 estão categorizadas como em perigo (EN), 32 estão quase ameaçadas (NT), 28 está em estado pouco preocupante (LC) e 18 está criticamente em perigo (CR). Entre as espécies em risco de extinção estão a Dipterocarpus cuspidatus, a Vatica adenanii, a Anisoptera reticulata e a Shorea biawak.
A parte da ilha que tem o maior número de plantas ameaçadas é Sarawak, que pertence à Malásia, com 91 das 148 espécies em risco. Segue-se Kalimantan, estado da Indonésia, com 61 espécies ameaçadas das 100 totais que abriga.
As principais ameaças que colocam as Dipterocarpus em risco de vida são o uso de terras pela indústria agrícola, a extração insustentável de árvores para a indústria madeireira e a construção de estradas e ferrovias. Outras da causas apontadas são ainda os incêndios florestais, a crescente urbanização, a produção de energia e a mineração, e claro, as alterações climáticas.
A BGCI recomenda que haja um maior investimento nos projetos de conservação existentes, e que se melhorem as ações de fiscalização das áreas protegidas.