7 factos sobre as zonas húmidas



O turismo é uma das principais ameaças globais futuras das zonas húmidas, sobretudo na região mediterrânica, onde Portugal se inclui. Segundo a associação Zero, as zonas húmidas ficam próximas de 30% das regiões de turismo de massas, que já movimenta 275 milhões de turistas e que deverá crescer para os 390 milhões em todo o mundo.

“A preservação das zonas húmidas, vitais para o equilíbrio ecológico e para as populações humanas, deve fazer parte de uma estratégia integrada de preservação dos recursos com maximização do benefício social e económico. Como resultado, é urgente a implementação dos planos de ordenamento dos estuários, dado que são actualmente das zonas que maiores pressões sofrem devido à especulação turístico-imobiliária”, explica a Zero em comunicado sobre o Dia Internacional das Zonas Húmidas, hoje comemorado.

De acordo com a recém-lançada associação, metade das reservas disponíveis de água são já consumidas – cerca de 290 quilómetros cúbicos – e 40% da sua utilização resulta em perdas. Este valor encontra-se em média com a situação portuguesa, onde há municípios em regiões com pouca disponibilidade de recursos hídricos e com perdas elevadíssimas nos sistemas de distribuição. “Antevê-se um problema gravíssimo”, continua a Zero.

Assim, existe uma “grande probabilidade” de continuarem a desaparecer zonas húmidas (em particular as turfeiras), de estas se tornarem temporárias ou de ficarem ainda mais degradadas, fruto das diversas pressões. “O impacto da perda destes ecossistemas sobre as sociedades humanas, incluindo a nossa, implicará certamente mais pobreza e mais desigualdades, menor saúde e salubridade, custos económicos elevados, conflitos armados, pelo que a preservação destas pequenas áreas tem uma excelente relação custo-benefício”, continua a associação. Conheça alguns números sobre as zonas húmidas globais.

NÚMEROS & FACTOS SOBRE AS ZONAS HÚMIDAS

0,3%. É a percentagem da superfície terrestre ocupada por zonas húmidas de água doce. O conjunto das zonas húmidas – definidas como zonas de pântano, charco, turfeira ou água, natural ou artificial, permanente ou temporária, com água estagnada ou corrente, doce, salobra ou salgada, incluindo águas marinhas cuja profundidade na maré baixa não exceda os seis metros – ocupam cerca de 12,8 mil milhões de hectares, o que corresponde a 6% da superfície terrestre.

50. São os litros de água – por pessoa e por dia – necessários para que levemos uma vida digna, de acordo com os dados da Organização Mundial de Saúde, o que corresponde apenas a 1,2% da água que utilizamos.

2.850 milhões de pessoas deverão ser afectadas pelo stress hídrico em 2025, e 804 milhões pela escassez de água.

€150 milhões é valor que Portugal poderia exportar em ostra-portuguesa, uma espécie que quase desapareceu devido à poluição, se explorássemos correctamente as nossas zonas húmidas costeiras, em especial as rias e os estuários.

50 vezes mais é a eficácia das zonas húmidas a sequestrar e a armazenar carbono, quando comparadas com as florestas tropicais e equatoriais, o que corresponde a cerca de um terço do carbono existente nos solos, apesar de ocuparem apenas 6% da superfície terrestre, e demonstra o seu papel fundamental em travar as alterações climáticas.

€2,7 mil biliões. São valores astronómicos quando comparados com a realidade portuguesa, mas correspondem a estimativas conservadoras dos custos económicos que resultavam da quebra no fornecimento dos serviços (benefícios) que nos prestam as zonas húmidas de água doce – a maior parte das vezes sem que tenhamos consciência disso –  enquanto os sapais e os mangais se situam nos 7,2 mil biliões de euros e os corais nos 11,9 mil biliões).

50% do azoto é fixado pela vegetação aquática, típica destes ecossistemas, que serve ainda de filtro e depurador da água, removendo 82% dos sólidos suspensos.

Foto: U.S. Fish and Wildlife Service Northeast Region / Creative Commons





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