76,4% dos consumidores portugueses não concordam com aumento das restrições dos produtos de origem vegetal



Um novo estudo da a Universidade Católica Portuguesa para a Upfield avaliou de que forma os consumidores portugueses vêm os produtos de origem vegetal, e qual a sua opinião face à nova Alteração 171 da União Europeia (UE).

Os resultados do estudo demonstram que a grande maioria dos portugueses (96.4%) sabe que estes produtos plant-based contêm ingredientes maioritariamente provenientes de origem vegetal e 95.9% sabe identificar corretamente a diferença entre produtos lácteos e produtos de origem vegetal quanto à origem dos ingredientes com que são produzidos.

Outro ponto abordado foi a Alteração 117, que se encontra em discussão na UE, e que sugere que a rotulagem de alimentos de origem vegetal engana os consumidores. A alteração foi apresentada por um grupo político que visa impor diversas restrições na nomenclatura, no tipo de embalagens, e nas imagens e comunicações que podem ser utilizadas nos produtos de origem vegetal.

Francisco Guerreiro, eurodeputado do Verdes/EFA, comenta que “é lamentável, em primeiro lugar, que a imposição de mais restrições ao sector alimentar de produtos vegetais seja sequer discutida. O grupo político que propôs esta alteração defende que as práticas atuais de rotulagem de produtos à base de plantas confundem os consumidores – uma alegação criada por setores que estão insatisfeitos com a crescente preferência dos consumidores por alternativas à base de plantas. Este estudo muito oportuno vem provar o que os consumidores, empresas e ONGs têm tentado dizer aos decisores políticos: não somos enganados por produtos à base de plantas – compramos porque gostamos deste produtos, porque nos preocupamos com o planeta, com a nossa saúde e com o bem-estar animal!”

Relativamente à legislação em vigor que regula a rotulagem de produtos de origem vegetal, apenas 11.2% dos consumidores demonstraram estar a par da mesma. Quando questionados, 59.5% dos inquiridos desconheciam que a informação de que termos como ‘iogurte de coco’, ‘leite de soja’, ‘queijo vegan’ ou ‘natas vegetais’ são atualmente restritos. No entanto, 76.4% dos consumidores concordam que termos como ‘cremoso’ ou ‘não contém lactose’ poderão aparecer nos rótulos para qualificar alternativas de origem vegetal.

Álvaro Carrilho, afirma que “o atual quadro regulamentar da União Europeia já é suficientemente restritivo” e que, a Alteração 171, “pode significar a proibição de produtos de origem vegetal utilizarem embalagens com formatos já reconhecidos (como por exemplo um copo de iogurte), a utilização de informação útil sobre saúde e alergénios para descrever um produto como “adequado para pessoas que sofrem de intolerância à lactose” ou palavras descritivas como “cremoso” e “amanteigado” nas embalagens e na publicidade dos produtos alternativos aos lacticínios de base vegetal.”

Ainda assim, os portugueses demonstraram-se bastante positivos quanto ao acesso a mais alternativas vegetais nos supermercados, com 96% dos consumidores a confirmar que a oferta de produtos deve ser cada vez mais alargada, possibilitando opções de escolhas para todos os gostos, tipos de alimentos e intolerâncias.





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