Mexilhão-do-rio está a desaparecer no Douro espanhol



Investigadores do Departamento de Biologia Animal da Universidade de Salamanca indicam que o mexilhão-do-rio (Margaritifera margaritifera) está em perigo de desaparecer dos cursos de água espanhóis, especialmente do rio Douro – o que terá impactos nas populações destes bivalves que vivem nas águas nacionais do rio.

Estudos de campo nos últimos anos identificaram o molusco em regiões muito concretas, como Zamora, Salamanca e Ávila. Porém, esta presença é tão escassa que os moluscos parecem não ser capazes de se reproduzir. Estes bivalves podem viver mais que a espécie humana e nestas regiões espanholas já não se encontram exemplares com menos de 45 anos – o que pode levar à extinção dos mexilhões-do-rio nas próximas décadas.

A distribuição desta espécie já foi muito ampla, desde a Sibéria até à Península Ibérica, onde costumava habitar nos rios mais a norte. No último século, a espécie desapareceu de 90% do seu habitat natural. No território espanhol a presença deste mexilhão é mais significativa na Galiza, embora investigações também feitas pela Universidade de Salamanca tivesse conseguido detectar a presença do animal na região de Castela e Leão e também em Portugal, na região de Trás-os-Montes.

Um dos principais problemas que afecta esta espécie é a “dependência de outros animais como os salmões ou as trutas, que são hospedeiros das suas larvas”, indica Javier Morales Martín, investigador responsável pelo estudo, cita a agência SINC. Porém, como explica o investigador, também estes peixes foram desaparecendo dos rios devido à alteração artificial do curso dos rios, à construção de barragens e à acção humana.

Mas o mexilhão-do-rio está ainda afectado pelas alterações climáticas, que têm provocado uma diminuição do caudal dos rios nas últimas décadas, especialmente durante o verão.

Foto: naturgucker.de / Creative Commons





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