Aquecimento global: invernos mais amenos não vão significar menos mortes



O aquecimento global não será sinónimo de menos mortes durante os meses de inverno nas latitudes mais a norte, onde as temperaturas frias são mais severas e provocam a morte de várias pessoas.

A conclusão é de um novo estudo norte-americano que indica que assumir tal probabilidade é arriscado. A teoria de que o aumento das mortes durante os meses de verão, que se tornam cada vez mais quentes, será contrabalançada com menos mortes durante o inverno, que também se torna mais quente, é contrariada por este novo estudo.

A investigação, que durou vários anos, analisou as taxas de mortalidade relacionadas com as temperaturas sazonais, especialmente entre as pessoas mais idosas, num total de 39 cidades – a maioria nos Estados Unidos e três em França.

“As nossas conclusões sugerem que a redução nas taxas de mortalidade relacionadas com o frio num clima mais quente será muito menor que aquela que está a ser assumida”, lê-se no estudo, cita o Guardian. A investigação, liderada por Patrick Kinney, do Instituto da Terra da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, foi publicada na revista científica Environmental Research Letters.

“Percebemos que o excesso de mortalidade no inverno não depende da variação da temperatura sazonal e não era menor em cidades mais quentes por comparação com cidades mais frias, o que sugere que a temperatura não é um elemento chave para a mortalidade excessiva no inverno”, indicam os investigadores no estudo.

Embora os investigadores reconheçam de que os padrões da temperatura sazonal têm um impacto na saúde humana, muitos outros factores influenciam a taxa de mortalidade durante o inverno, especialmente em pessoas mais velhas. Doenças como a gripe – muitas vezes contraída através de encontros familiares durante o inverno – têm um impacto muito maior nas taxas de mortalidade que o frio.

Foto: Silent Partner–Loving Tea / Creative Commons





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