Universidade de Aveiro lança primeira licenciatura portuguesa em Reabilitação do Património
A primeira licenciatura portuguesa dedicada à Reabilitação do Património vai ser leccionada, já a partir do próximo ano lectivo, no Departamento de Engenharia Civil (DECivil) da Universidade de Aveiro (UA). O curso está acreditado pela A3ES e pretende colmatar uma lacuna de formação na área da reabilitação do património edificado, preparando profissionais para um sector do mercado em crescimento.
Segundo dados de 2011 do Instituto Nacional de Estatística (INE) há em Portugal quase 100 mil edifícios a precisarem de grandes reparações e cerca de 60 mil muito degradados.
O cenário do INE pressupõe uma “necessidade urgente de aposta das empresas nacionais na requalificação do património edificado”, segundo a UA, mas também “formação especializada de técnicos para a área da reabilitação urbana, sob o risco do país ver destruída a autenticidade do seu Património edificado”.
“A urgência na formação de técnicos especializados em reabilitação com capacidade de aplicarem diretivas internacionais de conservação de valores culturais é, por isso, uma das preocupações da nova formação”, adianta Aníbal Costa, director da nova licenciatura.
A abertura da licenciatura, explica o especialista em reabilitação e conservação de edifícios, “enquadra-se numa estratégia para o desenvolvimento sustentável do país, procurando contribuir para a revitalização da economia através de uma aposta forte na economia e cultura ao nível das regiões, através do uso de materiais, recursos e de técnicas desses locais, que poderão sustentar a aposta no turismo como meio de promoção do património reabilitado”.
Em Setembro, o DECivil vai abrir as portas a 20 estudantes que, em Portugal, serão os primeiros a receber “uma importante componente teórica, fundamental para o adequado exercício profissional, complementada com as necessárias componentes científicas, laboratoriais e técnicas adaptadas à intervenção prática”.
“Os licenciados em Reabilitação do Património terão competências ímpares para integrar equipas de coordenação ou de projectos de reabilitação, servindo como elo de ligação entre as várias áreas de intervenção, conclui Aníbal Costa.
Para promover a integração no mercado de trabalho, o DECivil terá à disposição dos estudantes estágios extra curriculares em empresas e outras entidades ligadas à intervenção, promoção e gestão do património.
Foto: Mario Martí / Creative Commons