Investigadores de Harvard procuram a chave para a felicidade na Islândia
O conhecido economista, autor e professor de Harvard Michael Porter está na capital da Islândia, Reiquiavique, para falar se processos sociais e como os medir. Segundo explica a jornalista Cassie Werber, do Quartz, que seguiu Porter para o norte da Europa, o professor relembrou que os indicadores económicos só nos dizem parte da história, ainda que estejamos há muito habituados a utilizá-los.
As conclusões iniciais de uma pesquisa inicial, explica Porter, dizem-nos que existe uma única área em que as principais sociedades falham: dar aos seus cidadãos oportunidades para mudar e melhorar as suas vidas. Este tem sido o elemento crucial para funcionar em sociedade – por outras palavras, ser feliz.
A razão pela qual Porter viajou até à Islândia é que este país – como outros vizinhos escandinavos – está constantemente no topo dos rankings de felicidade. E foi em Reiquiavique que ele lançou o Social Progress Index (SPI), uma nova escala que mede a forma como as sociedades estão a funcionar.
Este índex é baseado em três áreas-chave, sendo as primeiras duas as “necessidades básicas do ser humano” e “fundações do bem-estar”. Porter admite que muitas sociedades têm melhorado o acesso a necessidades como saúde, alimentação e educação, mas se as pessoas de uma determinada sociedade, qualquer que seja o seu estado de desenvolvimento económico, não melhorarem as suas vidas, não estarão contentes. Por isso, uma sociedade precisa de dar liberdade, ter acesso a níveis avançados de educação, tolerância e direitos pessoais.
Por outras palavras: o que Porter descobriu foi que não basta um país evoluir na sua economia – ou melhorá-la – uma vez que isso não se traduz, necessariamente, numa sociedade melhor e mais feliz.
Desde Abril que a cidade de Reiquiavique está a utilizar o SPI e recolhe dados e ideias sobre a felicidade – dos seus habitantes – e estes nem sempre estão relacionados. Segundo o mayor da cidade, Dagur Eggertsson, os dados serão todos enviados para a equipa de Porter, em Harvard, para ajudarem a identificar os desafios, buracos existentes neste tipo de estudos e áreas onde as métricas estão a falhar. E estes dados até poderão, quem sabe, mudar a matriz original proposta por Porter e os seus colegas.
Foto: Moyan Brenn / Creative Commons