O que acontece às moedas que são atiradas para as fontes?
Há algumas semanas, o jornalista Adam Chandler, do The Atlantic, descobriu que uma das fontes perto dos seus escritórios, perto do Madison Square Garden, Nova Iorque, tinha sido drenada e os responsáveis pelas limpezas estavam a retirar as moedas que, dia-após-dia, os turistas lá colocavam.
Curioso para saber o destino das moedas, Chandler foi ter com um dos responsáveis pela limpeza que, sendo vago nos detalhes, o elucidou: o dinheiro recolhido na fonte vai para instituições de solidariedade social, caso seja uma quantia interessante; quando as moedas são, poucas, os trabalhadores das limpezas podem ficar com elas. Na última limpeza – e até à hora da entrevista -, tinham sido recolhidos €18.
Não satisfeito com as respostas, Chandler foi investigar e deparou-se com uma entrevista de Jerome Barth, então director de operações do parque, ao New York Times, em 2012. Segundo este, o dinheiro recolhido nas fontes revertia para o custo da limpeza das fontes – uma vez que o parque, como a maioria dos outros de Nova Iorque, é gerido por organizações não-governamentais, ele acaba por, de facto, reverter para instituições de solidariedade.
Muitas das moedas, porém, desaparecem antes do dia da limpeza. “Temos mais de 50 fontes decorativas nos parques de Nova Iorque, que são limpadas regularmente – a cada duas semanas”, explicou ao Atlantic a assessora de imprensa do Parks & Recreation Department, Maeri Ferguson. “Mas descobrimos, consistentemente, que a maioria [das moedas] é recolhida por empreendedores norte-americanos e não ficam muitas por recolher”.
Ainda insatisfeito com as respostas, Chandler perguntou a responsáveis de Kansas City, que se autodeclara a “Cidade das Fontes”, e a resposta foi igual. “Não recolhemos as moedas das fontes, uma vez que muitas delas são logo recolhidas por outros – sobretudo sem-abrigo”, explicou Heidi Downer, gestora do Parks And Recreation Department da Kansas City.
Esta responsável adiantou ainda ser uma curiosa das estratégias das cidades pela recolha das moedas deu ao The Atlantic o exemplo de Roma – a cidade com mais fonte do mundo – que é uma excepção mundial no destino das moedas. Todo o dinheiro encontrado na célebre Fontana di Trevi, onde os turistas têm de atirar as moedas se quiserem regressar à cidade, reverte para um supermercado para os que mais necessitam. E, acrescenta Downer, são milhares de euros por dia que vão para este supermercado, dada a fama da fonte.
Foto: asbruff / Creative Commons