Este pequeno rectângulo, pouco maior que um selo, consegue desinfectar água em apenas 20 minutos



Em todo o mundo, mais de 663 milhões de pessoas não têm acesso a água potável. Ao longo dos anos, várias empresas criaram dispositivos e ferramentas de purificação de água, mas infelizmente continua a ser um processo caro e moroso. Um dos métodos mais comuns é a utilização de raios ultravioleta para desinfectar água, mas como os raios UV absorvem apenas 4% da   energia do sol, este método pode levar mais de 48 horas até estar terminado, limitando muito a quantidade de água a tratar.

Depois de meses de investigação, uma equipa  da Universidade de Stanford em parceria com SLAC National Accelerator Laboratory encontrou uma solução bastante mais rápida para este problema: um pequeno rectângulo preto que aproveita a energia do Sol, e não apenas os raios UV, para desinfectar a água em poucos minutos. Mas como?  “O nosso dispositivo parece um pequeno rectângulo de vidro preto. Apenas tivemos de o deitar para a água, deixar tudo sob a luz solar e o Sol fez todo o trabalho”, conta Chong Liu, autor do estudo publicado agora na revista Nature Nanotechnology.

Esta nanoestrututa de que Chong Liu fala é praticamente metade de um selo. Quando a luz solar incide nela, formam-se pequenas moléculas de peróxido de hidrogénio (vulgo água oxigenada) e outros químicos capazes de matar 99,999% das bactérias presentes na amostra de água em apenas 20 minutos. Pouco depois os químicos evaporam-se deixando ficar água pura.

Este pequeno pedaço de vidro está coberto com nanopartículas de dissulfeto de molibdênio, criando aquilo que parece uma impressão digital vista ao microscópio. Este componente é um lubrificante industrial, mas quando usado em camadas finíssimas, provoca a fotocatálise, uma reacção química que aumenta brutalmente a quantidade de luz solar absorvida.

Embora este dispositivo seja bastante eficaz para desinfectar água, não a consegue filtrar, sendo por isso mais útil em águas contaminadas com micróbios, não tanto em zonas com poluição industrial. Uma investigação para ir acompanhando num futuro próximo.

Fotos: Stanford University

[nggallery id=3254 template=greensavers]





Notícias relacionadas



Comentários
Loading...