China: poluição ambiental é causa directa de 360 mil mortes prematuras por ano
A poluição ambiental na China está a atingir níveis alarmantes. Um estudo conhecido esta semana revela que a queima de carvão no país provocou a morte prematura a cerca de 360 mil pessoas, só em 2013. Numa parceria entre a Universidade de Tsinghua, em Pequim, e o Health Effects Institute em Boston, EUA, os investigadores quiseram saber qual o verdadeiro impacto que as partículas de carvão e outras fontes têm realmente na saúde pública.
Ao que apuraram este número impressionante de vítimas teve origem em diversas situações. A queima industrial do carvão foi directamente responsável pela morte de 150 mil pessoas, as centrais de carvão contribuíram para mais 86500 falecimentos, e a queima de carvão e biomassa em cenário doméstico foi causa de mais 177 mil mortes. Também o sector dos transportes, acusado de emitir partículas inaláveis de PM2.5, contribuiu para 137 mil mortes prematuras.
Nos últimos anos, e muito condicionado por pressões internacionais, o governo chinês lançou uma série de medidas para reduzir a poluição do ar e emissões de gases de efeito de estufa. Entre as iniciativas tomadas conta-se a proibição de carros em algumas cidades, o encerramento de algumas fábricas ineficientes a nível ambiental, forte investimento em veículos eléctricos e a construção do maior mercado de energia renovável do mundo. Mas serão estas medidas suficientes?
As reformas implementadas têm obtido algum sucesso, com dados recentes a sugerirem que o uso de carvão na China caiu pela primeira vez no ano passado, consequência do abrandamento económico do país e do aumento do investimento em energia limpa. No entanto, o estudo agora divulgado não é optimista. Mesmo com os esforços mais ambiciosos, alegam os investidores, o governo chinês enfrenta sérias dificuldades no controle real da poluição ambiental do país. Nos próximos dez anos o impacto na saúde pública pode ainda ser maior, avisam.
Foto: Kydo News