Tejo Internacional: Parque Natural continua a padecer de “velhos problemas”



A propósito do 16º aniversário do Parque Natural do Tejo Internacional, que se comemora hoje com um programa especial, a associação ambientalista Quercus denunciou o “desinvestimento público na rede nacional de áreas protegidas e dos parques”, sublinhando que “o PNTI não é exceção”.
Em declarações à Lusa Samuel Infante, da Quercus, referiu que “um dos principais problemas do parque é a falta de alimento para as aves necrófagas”. A Quercus gere dentro do PNTI dois alimentadores, situados no Monte Barata e no Rosmaninhal, mas considera que se trata de uma solução que minimiza o problema mas não o resolve: ” No ano passado tivemos um dos piores anos em termos de reprodução das aves necrófagas. Muitas não se reproduziram e, noutros casos, as crias morreram por falta de alimento. Passado mais um ano, continuamos com o mesmo problema”, acusou aquele ambientalista.
Segundo este membro da Quercus, ao nível da conservação trata-se de um “problema grave”, tendo em conta que o PNTI concentra a maior população de abutres pretos (nove casais), uma ave que esteve extinta em Portugal durante 40 anos. Muito vulnerável às perturbações ambientais, esta espécie também tem sido perturbada pela navegação. Samuel Infante registou que: “Sobretudo na época de nidificação” o movimento de barcos “está a ter algum impacto em alguns casais que não se estão a reproduzir”.
O ambientalista diz que se espera há vários anos a publicação da estratégia nacional para as aves necrófagas, “mas passou mais um ano e, apesar das promessas do anterior Governo, nada aconteceu”. Este documento, permitiria à Direção Geral de Veterinária (DGV) a criação de mais campos de alimentação pelo país e até a disponibilização de alimento fora desses campos em casos específicos. Sublinhando que todas estas preocupações e expectativas têm sido comunicadas às autoridades, Samuel Infante lamenta que passados 16 anos se observem no Parque do Tejo Internacional os “mesmos velhos problemas”.
Com pouco mais de 25 mil hectares, o parque do Tejo Internacional deveria ter, na opinião da Quercus, o dobro da área.





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