Vamos conhecer melhor que nunca a vida que flutua no ar
Se observarmos um raio de sol a atravessar a nossa sala, distinguimos a olho nu uma infinidade de partículas a flutuar. São os sinais exteriores da vida que habita o ar que respiramos. Mas fora do alcance da nossa visão existe toda uma comunidade que agora está a ser investigada como nunca antes aconteceu.
Na Escola Técnica Superior de Engenheiros Industriais da Universidade Politécnica de Madrid (UPM), uma equipa chefiada pelo catedrático Diego A. Moreno está a desenvolver um programa pioneiro, o Airbiota, que tem por objectivo sequenciar o genoma dos organismos voláteis.
Vírus, bactérias, fungos, pólens, toda essa comunidade com que convivemos diariamente, embora em muitos casos sem o sentirmos de forma perceptível, vão ser analisados como nunca graças aos progressos tecnológicos. A crescente rapidez e embaratecimento das técnicas de sequenciação genética e o desenvolvimento de drones capazes de recolher amostras em tempo útil permitem estudar a fundo um mundo que permaneceu até agora maioritariamente desconhecido: através das técnicas tradicionais só se podia conhecer entre 1% a 5% desta vida aérea.
Os investigadores acreditam que o conhecimento científico alcançado através do Airbiota vai ter um grande impacto nas áreas da saúde e ambiente, abrindo um mar de possibilidades para as investigações sobre alergias e sobre melhoramento da qualidade do ar.
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