Plástico no fundo dos oceanos: a situação é bem pior do que se pensava



Já desconfiávamos do enorme impacto que os detritos de plástico estão a provocar nos oceanos, mas um estudo divulgado recentemente na revista Scientific Reports comprova as piores suspeitas. Os investigadores descobriram indícios de microplásticos ingeridos por animais das profundidades marinhas, como os pepinos-do-mar ou os caranguejos-eremitas.

A investigação foi levada a cabo por cientistas da Universidade de Bristol e de Oxford que, em pleno Oceano Atlântico e Índico, e em profundidades nunca antes estudadas – entre 300m e os 1800m- encontraram vestígios de microplásticos, como poliéster, acrílico e microfibras de nylon, dentro de criaturas marinhas.

Para Laura Robinson, professora de geoquímica na Universidade de Bristol, os dados agora conhecidos são “uma chamada de atenção para o facto de que a poluição do plástico chegou verdadeiramente aos locais mais longínquos da Terra.”

Para Michele Taylor, autora do estudo, encontrar microplásticos nos oceanos, embora seja bastante preocupante, não foi o que mais a surpreendeu. “O que é particularmente alarmante é que estes microplásticos não foram descobertos em zonas costeiras, mas no fundo do oceano, a milhares de quilómetros das fontes terrestres de poluição.”

Com pouco mais de 5mm de comprimento, os micropláticos estão presentes em vários momentos do nosso dia-a-dia. Desde a lavagem das peças de roupa feitas de materiais sintéticos, aos produtos de limpeza, até mesmo nos produtos de cosmética de uso diário, como as pastas de dentes e o gel de banho.

Por desconhecimento não temos noção, mas um simples banho pode significar a entrada de mais de 100 mil partículas de plástico no oceano. E estes números são só para um banho!

A situação tem merecido ultimamente a atenção das mais altas instâncias. No passado mês de Setembro, o Reino Unido avançou com a retirada em definitivo de algumas partículas de plástico da composição de comésticos, apresentando ao mercado o final de 2017 como data limite para esta mudança. O mesmo caminho tinha já sido tomado pelos EUA, meses antes.

Foto: via Creative Commons 

 





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