Como controlar os derrames de petróleo no mar? Projecto do Porto está a desenvolver uma solução inovadora



O projecto é europeu, está instalado no Porto e tem o potencial de mudar as soluções para os derrames de petróleo no mar utilizadas hoje em dia. Tudo graças à utilização de microorganismos nativos que degradam os componentes do petróleo, quando aplicados nas zonas afectadas.

Pela remoção de contaminantes do ambiente através de organismos, um processo conhecido como biorremediação, os responsáveis pelo projecto SpilLess – “First-line response to oil spills based on native microorganism cooperation, querem produzir estes microorganismos em grande escala. Nos planos destes investigadores está ainda a hipótese de se adaptar veículos autónomos não tripulados, que serão responsáveis por transportar e libertar os microorganismos nas áreas afectadas.

“Esta nova abordagem rápida, eficiente e de baixo custo, poderá ser usada como uma primeira linha de resposta a derrames de petróleo associados a acidentes com navios, plataformas ‘offshore’ de petróleo, portos ou outros complexos industriais”, explicou a investigadora Ana Paula Mucha, à agência Lusa.

Outra das vantagens apontada pelos responsáveis deste projecto passa pela facilidade de utilização deste método, já que é um “sistema de combate aéreo, superficial e submarino”, estando capacitado para operar em condições meteorológicas bastante desfavoráveis, com baixa intervenção humana.

No mercado há no entanto algumas soluções com características semelhantes. Sendo assim, o que distingue este projecto internacional que se instalou de malas e bagagens na cidade do Porto? A concorrência deste projecto tem de enfrentar uma enorme desvantagem: não serem nativas do ambiente em que serão aplicadas, o que vai significar maiores dificuldades de adaptação, baixa eficiência ou perigo de introdução de espécies não nativas.

Mas há mais pontos a favor deste projecto, como defendem os seus responsáveis. Todos o os produtos desenvolvidos no âmbito do ‘SpilLess’ são encarados pelos investigadores numa lógica de “chave na mão”, uma solução pronta a utilizar para o combate a incidentes de poluição marítima com petróleo.

Com o apoio financeiro da União Europeia, nos próximos 24 meses os investigadores deste projecto irão trabalhar em parceria com várias instituições e empresas do sector, caso do CIIMAR, o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), a Universidade de Vigo, a Advanced Crew Ship and Managment (Espanha) e ainda as empresas Biotrend e MARLO.

Foto: The Nation-Atchara





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