Cientistas portugueses descobrem maior polvo da Antárctida
Uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e do National Institute of Water and Atmospheric Research (NIWA) da Nova Zelândia descobriu, por acaso, o maior polvo alguma vez encontrado na Antárctida.
Numa expedição a bordo do navio Antarctic Discovery, no Mar de Dumont D’Urville (Antárctida), para realizar a recolha de amostras para a sua tese de mestrado em ecologia, o estudante José Queirós encontrou o polvo gigante Megaleledone setebos.
Depois de imediatamente congelado, o polvo só recentemente foi analisado, na Nova Zelândia, por José Xavier, supervisor de José Queirós e coordenador de projectos de ciência Antártica na Universidade de Coimbra e colegas do NIWA.
Com 115 cm de comprimento e 18.5 kg de peso, o polvo agora descoberto foi o maior indivíduo alguma vez capturado na Antárctida. Até agora só tinham sido encontrados cefalópodes desta espécie até 90 cm.
A descoberta deste animal foi uma surpresa para toda a equipa, inclusive para o jovem cientista, uma vez que o estudo do Pedro Queirós, “incide em estudar o papel do Bacalhau da Antárctida na cadeia alimentar Antártica e perceber o que eles comem. Aparecer num anzol um polvo destas dimensões foi algo que ninguém esperava”.
Para o coordenador do projecto, José Xavier, este projecto de investigação é mais uma importante peça para entender a extensa biodiversidade desta região. “Esta descoberta, dentro de um projecto internacional que envolveu cientistas de Portugal, Nova Zelândia, Japão e Austrália, é mais uma peça do puzzle para nos ajudar a perceber o que existe na Antártida, uma das áreas marinhas do planeta que se conhece muito pouco.”
O polvo agora descoberto foi doado ao prestigiado Museu Te Papa, em Wellington, Nova Zelândia.
Foto: Dave Allen, via Universidade de Coimbra