Mobilidade: a revolução pode chegar mais cedo do que o previsto
“Estamos à beira da maior, mais rápida e mais profunda transformação no sistema de transportes da história da humanidade” defende o autor de “Rethinking Transportation 2020-2030”. O estudo foi produzido pela RethinkX, um grupo de pesquisa independente do qual faz parte Tony Seba que, além de principal responsável por esta análise, é também professor na Universidade de Stanford, nos EUA.
Não que o seu estudo seja particularmente inovador. Defende, como outros, que em pouco tempo vão deixar de se vender carros ou camiões movidos a combustíveis fósseis, os quais serão substituídos por veículos eléctricos. E defende, também, que o modelo neste mercado será o da economia de partilha, e muito poucas pessoas serão donas do seu próprio automóvel. Onde o seu trabalho cria realmente uma clivagem com outros estudos recentes é no prazo dessa mudança, porque segundo Tony Seba, bastarão apenas oito anos para deixarem de ser vender automóveis baseados numa fonte de energia fóssil. E aponta mesmo alguns números, no caso para o mercado norte-americano: os veículos em circulação vão passar de 247 milhões em 2020 para apenas 44 milhões em 2030.
Todo este processo será naturalmente acompanhado de políticas de mobilidade urbana muito mais restritivas ao nível do uso de veículo próprio, acrescentando que as cidades irão mesmo proibir a circulação de automóveis pessoais, primeiro no centro e posteriormente nas zonas periféricas. E isto sem esquecer a condução autónoma, que implicará, refere o autor, muito menos acidentes na estrada. Ou seja, os carros serão não só eléctricos como autónomos, e cada viatura fará muito mais quilómetros. E tudo em apenas oito anos. Aparentemente estamos mesmo “à beira da maior, mais rápida e mais profunda transformação no sistema de transportes da história da humanidade”. Não estava a exagerar quando o afirmou.
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