Volta ao mundo em seis anos, num barco como nunca se viu



O Energy Observer largou âncora de Paris rumo… ao resto do mundo. A viagem vai demorar cerca de seis anos, mas a rota traçada não foi a mais directa. Aliás, a rota ainda está a ser traçada, com escalas previstas em pelo menos 50 portos, em capitais de países activamente envolvidos na transição energética, ilhas sustentáveis, mas também importantes centros de decisão e as cidades mais ricas, ou, então, locais ameaçados pelas alterações climáticas, zonas Património da Humanidade da Unesco… O Energy Observer vai a todo o lado, aos bons e aos maus, tudo para promover o uso de energia renováveis.

E não existe barco nenhum no mundo semelhante sequer ao Energy Observer. Ou melhor, não existe mais nenhum meio, no mar, em terra, no ar ou no espaço assim, porque entre as fontes de energia – todas renováveis obviamente – encontramos painéis solares, com três tipos de tecnologia, duas turbinas eólicas de eixos verticais, e apesar de não ter vela, tem um parapente para aproveitar ainda melhor o vento. Nessas alturas, os motores funcionam também como hidrogeradores e, como se tudo não chegasse, ainda produz hidrogénio a partir da água do mar. Como disse Victorien Erussard, o velejador francês por detrás do projecto, junto com Jérôme Delafosse “Não existe uma solução milagrosa para combater as alterações climáticas. Existem soluções que temos de aprender a usar em conjunto. É isso que estamos a fazer com o Energy Observer, permitir que as energias naturais colaborem com as energias criadas pelo homem.

A viagem faz lembrar outra de circum-navegação, que terminou o ano passado a bordo do Solar Impulse 2, um avião movido exclusivamente a energia solar. Juntos geram mais do que energia, geram atenção para o tema, de uma forma muito positiva, como referiu Bertrand Piccard o mentor e um dos pilotos do Solar Impulse II: “Temos de guiar as pessoas para o futuro, mostrando soluções, não com más notícias”.

Para já partiu de Paris com um convidado muito especial a bordo: Anne Hidalgo, presidente da câmara de Paris.  Foi o início de uma longa viagem que deverá ter muitas histórias para contar.

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