Estação Espacial Internacional ajuda a proteger as tartarugas gigantes das Galápagos…
As tartarugas gigantes de Galápagos são as maiores tartarugas terrestres que existem na actualidade. A cerca de 1000 quilómetros da costa do Equador, estas ilhas vulcânicas fizeram parte do roteiro de expedição de Charles Darwin, que visitou o local em 1825. E foram exactamente as tartarugas gigantes que mais chamaram atenção do explorador e naturalista, sendo que há até hoje muitas perguntas sobre sua vida que a ciência não consegue responder.
Podendo pesar entre 200 e 300 kg e chegar aos 150 anos de idade, quando nascem estes animais medem apenas cerca de seis centímetros, saindo cedo dos ninhos, pelo que nem sempre é fácil para os cientistas seguir e rastrear as populações de tartarugas, pois as crias são muito pequenos para receber os actuais equipamentos de GPS.
Mas agora, novos dispositivos em miniatura vão ser adaptados aos recém-nascidos que pesam 60 ou 70 gramas, com os sinais a ser captados pelos potentes receptores na Estação Espacial Internacional.
“Ao colocar esses transmissores em um grande número de tartarugas bebés podemos segui-las ao longo de sua vida”, disse à BBC Mundo Stephen Blake, coordenador do Programa de Ecologia do Movimento das Tartarugas Gigantes de Galápagos. “Poderemos compreender em que medida elas conseguem sobreviver, e, se não conseguem, qual foi o problema. Entender isso é crucial para a conservação da espécie no futuro”, explicou o cientista.
Outros dos mistérios que pretendem decifrar através deste sistema é o que chamam de migração parcial. Ou seja, por que motivo só uma parte das tartarugas migra, quando na maioria das espécies migratórias toda a população o faz.
E se é verdade que a colaboração da Estação Espacial vai ser um elemento de extrema importância para o estudo e conservação das tartarugas de Galápagos, estas são apenas um exemplo das muitas espécies que serão monitorizadas graças ao projecto de Cooperação Internacional para a Pesquisa Animal desde o Espaço (o ICARUS, na sigla em inglês). A iniciativa, impulsionada pelo Instituto Max Planck de Ornitologia na Alemanha, espera estudar a partir do espaço as migrações de dezena de espécies, de aves a elefantes.
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