A lince Homer, uma das vítimas do incêndio de Doñana, deixa saudades
Quando se espalhou a notícia da morte de Homer houve comoção nas redes sociais. Quem seguia de perto as actividades do centro de criação e reprodução de El Acebuche, que funciona na reserva de Doñana, sabia de que lince se estava a falar.
Homer era especial, porque várias vezes ao longo da sua curta vida tinha provado a sua fibra perante as dificuldades, conta o jornal El Mundo num texto que presta homenagem a este animal. Aos dois anos ficou cega de um olho, algo que num pequeno felino constitui um sério handicap, e aos quatros anos, quando foi mãe pela primeira vez, de uma ninhada de três, só sobreviveu um filhote. Apesar destas duras provas, Homer revelou-se sempre muito resiliente e uma mãe super protectora.
No dia 25 de Junho passado, quando o incêndio começou a devorar o seu habitat, dizem os técnicos de El Acebuche que o seu selvagem coração não aguentou. Ao farejar a tragédia entrou em choque e logo que começou a inalar fumo, não resistiu.
A reserva de Doñana e a história da recuperação do lince em solo ibérico são inseparáveis. O programa iniciou-se em 2005, no centro El Acebuche, e ao longo da sua primeira década de actividade já se soltaram na natureza cerca de cem exemplares, dos quais se registaram 35 baixas.
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