As consequências dos abacates terem entrado na moda
“O consumo regular de abacates promove a saúde” – a difusão desta frase pelas redes sociais e órgãos de comunicação foi o bastante para que este alimento passasse a integrar o grupo dos “superalimentos”. O seu consumo massivo está a ter um enorme impacto ambiental.
Tudo isto é sobretudo o resultado de uma grande campanha de marketing. Mas qual é a verdadeira realidade que está por trás da crescente popularidade do abacate? A resposta descobre-se em países como o México ou o Chile. Neste último, na província de Petorca, segundo a publicação italiana Internazionale, o cultivo extensivo de abacates secou de tal forma as terras que neste momento as populações procuram soluções urgentes para satisfazer uma necessidade humana tão básica quanto é matar a sede.
Mas o impacto não se fica por aqui. Para chegarem à Europa verdes, frescos, bonitos e próprios para consumo, os abacates fazem uma viagem de mais de 15 mil km por terra e mar. Nesse percurso precisam de ser mantidos a temperaturas baixas de cerca de 5º centígrados através de processos de refrigeração que não são os mais ecológicos.
Chegados aos portos europeus, ficam armazenados entre cinto a sete dias em células onde por vezes é usado etileno. Este químico não só acelera o processo de maturação, como é permeável à pele do abacate, o que põe em causa toda a saúde que o fruto promete.
Depois de saber isto será que a próxima vez que comer um abacate lhe vai saber igualmente bem?
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