Naypyidaw: a capital seis vezes maior que Nova Iorque e onde só faltam as pessoas
Anunciada em 2005 e construída propositadamente para ser a capital da Birmânia, a cidade de Naypyidaw já é uma realidade mas tem apenas um senão: pessoas. Com auto-estradas de 20 faixas, wi-fi em toda a cidade e electricidade sem falhas, o que não é normal nestas paragens, Naypyidaw está preparadíssima para ser uma pujante cidade. Mas faltam-lhe as pessoas.
“Ao conduzir por Naypyidaw podemos esquecer facilmente que estamos no meio de um dos mais pobres países da Ásia”, escreveu o Guardian em 2015. “Em cada lado da estrada vêem-se uma série interminável e edifícios gigantes, hotéis e centros comerciais que parecem cair do céu. As estradas são novas e enquadradas com flores e arbustos bem cuidados”, continuou o jornal inglês.
A escala da cidade é surreal e difícil de descrever: ela estende-se por for 4.800 quilómetros quadrados, seis vezes o tamanho de Nova Iorque. E tudo foi feito para uma população gigantesca, desde as infra-estruturas rodoviárias até aos espaços habitacionais e comerciais.
Segundo o Guardian, as estradas estão vazias, assim como as ruas, hotéis e restaurantes. Oficialmente, a cidade tem 1 milhão de habitantes, mas muitos duvidam que este número seja verdadeiro. “No domingo estava tudo vazio. É como se tratasse de um filme de David Lynch filmado na Coreia do Norte”, gracejou o Guardian.
Construída da raiz no meio de campos de arroz e canas-de-açúcar, Naypyidaw terá custado €3.500 milhões a construir. Num país, diga-se, que apenas gasta 0,4% do seu PIB nos serviços de saúde, naquela que é, de longe, a mais baixa percentagem do mundo a seguir à República Democrática do Congo.
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