Associação ZERO alerta para degradação da qualidade da água no Tejo
Em comunicado, a associação ZERO voltou a alertar para o mau estado da água no rio Tejo, tendo em conta os valores de oxigénio dissolvido presentes.
De acordo com os dados disponíveis no Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (snirh.apambiente.pt) relativos à concentração de oxigénio dissolvido nas duas estações mais representativas (Perais e Albufeira do Fratel), a situação tem vindo a agravar-se. Segundo a ZERO, na albufeira do Fratel o oxigénio dissolvido tem atingido níveis recorrentemente abaixo dos 5 mg/l. No entanto, é em Perais, no troço a montante de Vila Velha de Rodão, que a situação é dramática, com os valores de oxigénio dissolvido a registar sistematicamente valores abaixo dos 3 mg/L, tendo-se registado alguns valores médios de 8 horas de 1,8 mg/L nos dia 30 e 31 de agosto – valores muito abaixo dos mínimos aceitáveis de 5mg/litro.
Assim, a associação defende que é fundamental, e tendo em conta o previsto na Convenção de Albufeira, a realização urgente de uma reunião entre Portugal e Espanha no sentido de proporcionar uma solução para a situação crítica do rio Tejo.
O que é o oxigénio dissolvido?
O oxigénio dissolvido é um parâmetro químico utilizado como um indicador fiável da qualidade da água. Valores reduzidos de oxigénio dissolvido (abaixo dos 5 mg/L) ocorrem em situações de degradação da qualidade da água provocadas por excesso de carga orgânica (poluição urbana, industrial ou agrícola), potenciadas pelo aumento da temperatura do ar, e podem inclusive conduzir a situações mais críticas como a mortandade de peixes.
Ao contrário do que acontece no Fratel, a estação de Perais (onde se regista a situação mais crítica) não reflete quaisquer contribuições significativas (i.e. descargas) de ETAR urbanas ou industriais, o que significa que as medições registadas refletem essencialmente a qualidade da água proveniente de Espanha.