Convenção cidadã em França defende referendo sobre clima
A convenção cidadã pelo clima, encarregada de propor medidas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, adotou por uma grande maioria o princípio de pedir um referendo à introdução no prefácio e no primeiro artigo da Constituição de França as noções de proteção do meio ambiente, de biodiversidade e de luta contra a desregulação climática.
Os participantes recusaram, por outro lado, o uso do referendo para questionar os franceses sobre outras medidas de defesa do ambiente, indo contra a ideia do Presidente francês, Emmanuel Macron, que defendeu esta semana que o referendo tivesse questões múltiplas.
Macron decidiu organizar este exercício de democracia participativa inédito em França depois da crise dos “coletes amarelos”, desencadeada pelo anúncio de uma taxa adicional sobre os combustíveis. O Presidente francês deverá receber os participantes no dia 29 de junho para ouvir as suas propostas.
A convenção cidadã pelo clima não pôs sobre a mesa a ideia da taxa sobre os combustíveis, mas adiantou 150 outras medidas. Uma das mais controversas, a redução do tempo de trabalho a quatro horas (28 horas) por semana, foi descartada largamente no sábado (por 65%).
Já uma medida que deverá polarizar a opinião pública, a redução da velocidade nas autoestradas de 130 para 110 quilómetros por hora, obteve 60% dos votos.