Movimentos de mães e pais juntam-se a mobilização climática de sexta-feira
Mães e pais de vários países do mundo, incluindo de Portugal, participam na sexta-feira em ações do dia de mobilização climática global, pedindo medidas urgentes para fazer face ao aquecimento.
As ações partem do movimento internacional “Parents For Future”, criado no seguimento das greves climáticas iniciadas pela jovem ativista sueca Greta Thunberg, e acontecem no mesmo dia em que estão marcadas ações por todo o planeta do movimento de jovens inspirados pela jovem sueca, indica um comunicado hoje divulgado.
Em Portugal, de acordo com uma das representantes nacionais da “Parents For Future”, das ações de sexta-feira fazem parte representações com sapatos, simbolizando “as gerações atuais e futuras afetadas pelo colapso do clima e da natureza”.
Segundo Ana Matos, uma das promotoras das ações em Lisboa, pretende-se dar destaque a sapatos de crianças, que serão depois oferecidos a organizações de cariz social.
Além de Portugal, vão juntar-se a ações de defesa do clima, organizadas por jovens, pais e mães de outros países como o Brasil, Nigéria, Índia, Austrália ou Polónia, Israel, Reino Unido ou Alemanha, de acordo com a organização portuguesa do “Parents For Future”, um movimento que inclui 130 grupos em quase três dezenas de países.
Enquanto Leopoldina Almeida, de Beja, diz que os pais não podem deixar que o futuro do planeta seja agredido diariamente, Rowan Ryrie, do Reino Unido, alerta que as pessoas têm de se concentrar tanto na “curva do CO2” (dióxido de carbono) como “na curva da covid-19”.
Ambas são citadas no comunicado, o mesmo acontecendo com Clara Ramos, que do Brasil alerta para a desflorestação e pede a inversão das atuais políticas.
“O dia de mobilização, iniciado pelo ´Fridays For Future´, envolverá uma série de ações adaptadas às normas de segurança atuais e à situação local, todas centradas no apelo a uma ação climática urgente como parte dos planos de recuperação da covid-19”, diz-se no documento do movimento “Parents For Future” de Portugal, segundo o qual as várias ações podem ir de protestos a ações centradas nas escolas, ou mesmo recolha de lixo ou envio de cartas.
O movimento global de pais e mães está também a encorajar o envolvimento ‘online’ no novo projeto ‘Earth Speakr’, que permite às crianças gravarem mensagens a encorajar os adultos a ouvirem-nas e a ouvirem a natureza.
Na sexta-feira os estudantes voltam à rua para exigir soluções para a crise do clima e têm ações marcadas para várias cidades do país.
Criadas inicialmente pela jovem ativista sueca Greta Thunberg, que iniciou sozinha uma greve às aulas às sextas-feiras exigindo medidas para combater as alterações climáticas, as greves climáticas estudantis acontecem agora no mundo inteiro e em Portugal a iniciativa de sexta-feira é já a sexta do género, esta pela primeira vez chamada não de greve mas de “mobilização climática”.