Um laboratório flutuante no Ártico
A Rússia lançou um novo navio de pesquisa do Ártico, denominado “Pólo Norte” . O navio é descrito como uma “plataforma autopropelida resistente ao gelo” e destina-se a navegar pelas águas do norte congelado com a função de realizar levantamentos geológicos, sonares, geofísicos e oceanográficos.
O “Pólo Norte” transporta 14 membros da tripulação e 34 cientistas. Este laboratório à deriva permitirá que os cientistas retomem exaustivas pesquisas na região polar. O casco em forma de ovo da embarcação, construído em aço, é impulsionado a uma velocidade de cerca de 10 nós. Este navio não é um quebra-gelo , ele foi construído para retirar o gelo do seu caminho.
As alterações climáticas estão a causar o aumento das temperaturas em regiões como o Árctico, causando mudanças irreversíveis a curto-prazo. No verão, as temperaturas aumentaram entre 4 a 5 graus Celsius, uma elevação superior à da época pré-industrial, referem os cientistas.
Um novo estudo publicado na revista Nature, prevê que até 2035 o gelo no Oceano Ártico pode desaparecer. A equipa analisou através do modelo climático do Met Office Hadley Centre o período Eemiano, também conhecido como o Último Período Interglacial, de há cerca de 127 mil anos atrás, em que as temperaturas estiveram tão quentes quanto agora.
De acordo com o National Snow and Ice Data Centre (NSIDC), “Quando a luz do sol reflete no oceano, 80% é refletida de volta no espaço”, porém, “quando o gelo do mar derrete no verão, afetam a quantidade de luz solar que é absorvida e refletida, o que leva ao aquecimento do oceano e ao aumento da temperatura do Árctico”.
Estas descobertas são essenciais para prever riscos futuros, consequentes das mudanças no clima no período Holoceno (atual); É cada vez mais necessário mitigar a poluição mundial e as emissões de gases de efeito de estufa. O gelo é essencial para manter o equilíbrio do clima e dos ecossistemas.