A ciência por trás da construção de castelos de areia
Construir castelos de areia na praia é uma tradição em todo o mundo. Uma equipa de cientistas da Universidade de Manchester, no Reino Unido, liderada pelo Prémio Nobel da Física Andre Geim, conseguiu resolver um mistério de 150 anos e que está por trás de um fenómeno natural que ajuda na construção de castelos de areia.
Segundo a publicação SciTechDaily, os investidores conseguiram desmistificar, em laboratório, o microscópico processo da condensação capilar. A condensação capilar é um fenómeno omnipresente que influencia propriedades importantes como a fricção, a adesão, o atrito, a lubrificação e a corrosão. Além disso, é importante em muitos processos tecnológicos usados na microeletrónica, indústria farmacêutica, alimentícia e outras.
Aliás, “nem os castelos de areia poderiam ser construídos se não fosse pela condensação capilar”, explicou Andre Geim. Mesmo no interior de materiais porosos ou entre superfícies em contacto, o vapor de água condensa-se espontaneamente. No caso dos castelos de areia, a água serve como uma espécie de cola que mantém os grãos juntos, através de forças capilares. Este fenómeno também acontece quando as camadas de água são compostas por poucas moléculas.
Já antes, uma equipa de cientistas internacionais tinha demorado duas horas a construir colunas feitas com areia da praia nos seus laboratórios para alcançar uma complicada fórmula matemática para atingir um castelo de areia estável e duradouro. Eles concluíram que não é necessário usar muita água, apenas o suficiente para formar pequenas “pontes” entre os grãos de areia, fazendo com que fiquem unidos.
“Se for usada esta concentração ideal, podem ser construídos castelos de areia com cinco metros de altura”, destacaram os físicos numa comunicado sobre o estudo, publicado na Nature Scientific Reports.
A fórmula também estabelece a proporção desejada entre a altura e o diâmetro da base. As descobertas são do interesse da engenharia civil e da mecânica de solos, áreas que trabalham com a estabilidade estrutural, afirmaram os cientistas. “Além disso, explica a altura máxima possível e dá-nos uma receita para construir o castelo de areia perfeito”, concluíram.