Seguir uma dieta de origem vegetal reduz o risco de doenças cardíacas, indica novo estudo
Cumprir uma dieta alimentar nutritiva e de origem vegetal (plant-based) resulta numa vida mais saudável e com menor risco de doenças cardíacas, sugere um novo estudo desenvolvido durante mais de 30 anos pela American Heart Association.
A investigação analisou o impacto do consumo a longo prazo de uma dieta de origem vegetal e de uma mudança para esta dieta na idade adulta jovem, e a sua influência no risco de desenvolver doenças cardiovasculares.
Os especialistas examinaram a dieta e a ocorrência de doenças cardíacas em 4.946 adultos entre os 18 e os 30 anos, que tinham esta idade no ano em que se inscreveram. Ao longo do tempo, entre 1987 e 2016, foram realizados um total de oito exames de acompanhamento, e a avaliação decorreu até 2018.
Após entrevistas detalhadas do histórico da dieta, a qualidade das dietas dos participantes foi avaliada com base no Índice de Qualidade da Dieta A Priori (APDQS) composto por 46 grupos de alimentos. São eles, “alimentos benéficos” – as frutas, vegetais, feijão, nozes e grãos inteiros; como “alimentos adversos” – as batatas fritas, carnes vermelhas com alto teor de gordura, salgados, doces e refrigerantes; e “alimentos neutros” – batatas, grãos refinados, carnes magras e marisco. Os alimentos foram classificados de acordo com a sua associação a doenças cardiovasculares, tendo cada um uma pontuação distinta (mais positiva ou negativa).
Os resultados demonstraram que ao seguir uma dieta de qualidade, de origem vegetal, os participantes jovens adultos tiveram menos ataques cardíacos e reduziram o risco de desenvolver doenças cardiovasculares na meia-idade. Durante os 32 anos do estudo, 289 participantes desenvolveram doenças cardiovasculares; os participantes que tiveram melhor pontuação relativamente à qualidade da sua dieta a longo prazo, tiveram 52% menos probabilidade de desenvolver estas doenças; e entre os 25 e 50 anos, os participantes que melhoraram a qualidade da sua dieta, tiveram uma probabilidade 61% menor de desenvolver as doenças, comparativamente aos de que a qualidade da dieta foi diminuindo.
“Uma dieta nutricionalmente rica e centrada em plantas é benéfica para a saúde cardiovascular. Uma dieta centrada em plantas não é necessariamente vegetariana. As pessoas podem escolher entre alimentos vegetais que sejam o mais naturais possível, não altamente processados. Achamos que os indivíduos podem incluir produtos de origem animal com moderação de vez em quando, como aves não fritas, peixes não fritos, ovos e lacticínios com baixo teor de gordura”, afirma a autora Yuni Choi.