Descoberto ADN de parente dos primeiros humanos modernos
Um grupo de arqueólogos encontrou ossadas com 7.200/7.300 mil anos de um parente dos primeiros humanos modernos na caverna Leang Panninge, na Ilha de Sulawesi, na Indonésia. Trata-se de uma mulher com 18 anos que pertenceu ao antigo povo Toalean – uma cultura ainda misteriosa para a comunidade científica devido às poucas evidências arqueológicas.
“Esta é a primeira vez que alguém encontra ADN humano antigo naquela região”, afirma Adam Brumm, arqueólogo da Universidade Griffith e um dos autores do estudo.
De acordo com o estudo publicado na Nature, o osso do ouvido interno permitiu recolher o seu ADN, o primeiro alguma vez descoberto deste povo. As análises indicam que Bessé, nome dado pelos cientistas, compartilhava composição genética com ancestrais da Nova Guiné e da Austrália, mas também com uma subespécie extinta dos humanos, os denisovanos. Esta descoberta sugere que a região de Wallacea pode ter sido uma região na qual denisovanos e humanos modernos se misturaram e cruzaram.
Junto ao esqueleto, que foi encontrado quase completo e em posição fetal rodeado de pedras, foram também encontrados ossos de animais selvagens e ferramentas de pedra e ocre ligadas aos Toalean, o que sustenta a ideia de que Bessé pertence a este povo.
“Os Toaleans foram os primeiros caçadores-coletores que viveram isoladamente nas florestas do Sul de Sulawesi entre perto de 8.000 anos até 1.500 anos atrás, a caçar porcos selvagens e colher marisco comestível nos rios”, explica Adam Brumm.
“É improvável que saibamos muito sobre a identidade desses primeiros ancestrais dos Toaleans até que mais amostras antigas de ADN humano estejam disponíveis em Wallacea”, afirma o autor Akin Duli. “Porém, agora parece que a história populacional e a diversidade genética dos primeiros humanos na região eram mais complexas do que se supunha anteriormente.”