Rio Tamisa é atualmente o habitat de mais de 3 mil focas, revela novo estudo
O Rio Tamisa, em Inglaterra, é atualmente casa para 3663 focas, 2.866 focas-cinzentas (Halichoerus grypus) e 797 focas-comum (Phoca vitulina). É o que revela o novo estudo da Sociedade Zoológica de Londres (ZSL), que monitoriza desde 2013 as populações das duas espécies de foca neste curso de água.
Os biólogos investigaram durante o mês de agosto toda a área do Tamisa, passando pelo Estuário – onde o rio se encontra com o Mar do Norte – e pelos bancos de areia entre Felixstowe e Deal. Durante vários dias a equipa tirou fotografias aéreas, e observou mais de perto numa embarcação alguns dos animais. Através desta contagem, é possível ter conhecimento acerca do número de indivíduos que habitam no rio, tal como do impacto de possíveis ameaças, como por exemplo doenças ou a competição entre as espécies por alimento e habitat.
Este é o primeiro estudo realizado desde 2019, ano em que surgiu a pandemia da Covid-19, e os resultados indicam um declínio da população. Há dois anos, existia uma estimativa de 3243 focas cinzentas e 932 focas comuns. No entanto, Thea Cox, especialista que coordenou a investigação, explica que “É o cenário de longo prazo que é mais significativo, e é por isso que é importante fazer estas pesquisas regularmente. As mudanças no número podem ser causadas por alguns fatores, como a variabilidade na proporção de focas no mar durante a investigação, mas isto é algo que queremos acompanhar de perto. Iremos observar para ver o que acontece ao longo de vários anos e monitorizar as mudanças nos números”.
A ZSL considera o Rio Tamisa um importante ecossistema, no qual é possível ver os resultados das medidas de conversação que têm sido desenvolvidas. “Desde que começámos a realizar este estudo, há quase uma década, as evidências que reunimos adicionaram peso ao quão valioso é o estuário do Tamisa como habitat para estas espécies. Em todo o mundo, a ZSL está a convocar os líderes globais para colocar a natureza no centro de todas as decisões – e isso inclui o que está aqui mesmo, à nossa porta. Ainda temos um longo caminho a percorrer em termos de melhorar a qualidade da água e de abrir espaço para a natureza, mas esta população saudável e próspera mostra como as medidas de conservação realmente funcionam – e quão longe o Tamisa percorreu desde que foi declarado biologicamente morto na década de 1950”, conclui a bióloga.
Outras espécies também encontradas no rio britânico, e monitorizadas pela organização, são o linguado-legítimo (Solea solea), a enguia-europeia (Anguilla anguilla) e o cavalo-marinho-de-focinho-curto (Hippocampus hippocampus).