Hoje celebra-se o Dia Mundial para a Sensibilização do Risco de Tsunamis
Hoje assinala-se o “World Tsunami Awareness Day”, Dia Mundial para a Sensibilização do Risco de Tsunamis, estabelecido pelas Nações Unidas após o tsunami que afetou o Oceano Índico em dezembro de 2004.
Na sequência deste acontecimento que afetou gravemente 14 países e vitimou perto de 230.000 pessoas, a comunidade internacional reforçou medidas no sentido de melhorar os sistemas de monitorização e mitigação de risco de tsunami, em particular sob a égide da Comissão Oceanográfica Integovernamental (COI) da UNESCO. Atualmente, a informação é acedida, partilhada e disseminada em tempo real por vários centros de alerta de tsunami, com dados recebidos de estações sísmicas instaladas maioritariamente em terra, assim como de marégrafos costeiros que monitorizam o nível do mar.
Portugal encontra-se coberto pelo Centro Nacional de Alerta de Tsunamis (IPMA) juntamente com o Centro Françês de Alerta de Tsunamis (CENALT), os quais se encontram integrados na rede NEAMTWS – North-Eastern Atlantic, the Mediterranean and connected seas Tsunami early Warning and Mitigation System.
O Centro Nacional de Alerta de Tsunamis do IPMA foi criado em Novembro de 2017, funciona 24h por dia, 7 dias por semana, fazendo o acompanhamento da informação recebida, em tempo real, das estações sismográficas e maregráficas da rede nacional, que inclui Portugal continental, Açores e Madeira. A informação é ainda complementada com dados de redes de observação similares disponibilizada por entidades de outros países.
O Centro Nacional operado pelo IPMA foi acreditado internacionalmente, em dezembro de 2019, pelo grupo de coordenação intergovernamental para o NEAMTWS, disponibilizando serviços para vários países do Atlântico Nordeste, nomeadamente Espanha, Marrocos, França, Reino-Unido, Dinamarca e Alemanha. Em caso de perigo, o Centro emite mensagens de aviso para os pontos focais nacionais, em particular para o sistema nacional de proteção civil, as quais contêm informação preliminar sobre os sismos, indicando se há (ou não) uma ameaça de tsunami, quais as regiões que poderão ser afetadas e quais os tempos de chegada expectáveis para a primeira onda do tsunami. Simultaneamente são disseminadas mensagens similares para os pontos focais dos vários países do NEAMTWS subscritores do serviço do IPMA. Um dos constrangimentos do Centro de Alerta do NEAMTWS é a inexistência de observação em oceano profundo, o que implica maiores latências na deteção e confirmação da ocorrência de um Tsunami, sendo essencial a aposta na aquisição de capacidade de monitorização neste domínio.
O IPMA faz também parte do consórcio “LEA – Listening to the Earth under the Atlantic”, uma parceria com o Instituto de Telecomunicações (IT que reúne universidades e empresas tecnológicas a operar em Portugal) e o Instituto D. Luís (IDL), sendo um dos objetivos a promoção da utilização de cabos submarinos para detetar fenómenos geofísicos e oceanográficos. Neste particular, e considerando a renovação do anel de comunicações entre o Continente, a Madeira e os Açores (CAM), é de assinalar a grande oportunidade para que o mesmo seja implementado com tecnologia SMART (Science Monitoring and Reliable Telecommunications), ou seja dotado de instrumentação capaz de detetar e medir em oceano profundo, permitindo um incremento significativo na performance dos sistemas de monitorização sísmica e de tsunamis.